SENADO - Um artigo de opinião de José Eduardo Simões.
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O mínimo que se pode dizer é que foi uma semana de extremos. Quem é que em seu juízo perfeito diria que o Benfica ganharia de forma tão clara ao Barcelona? E alguém podia prever o descalabro portista frente ao Liverpool (que falta faz Pepe...).
O Sporting mostrou qualidades mas está num processo de aprendizagem que há-de dar bons frutos com paciência e manutenção da estratégia seguida de ser uma espécie de Ajax nacional . O Braga continua a fazer carreira competente na Liga Europa e alguma irregularidade na frente interna que não se percebe, pois tem um bom treinador e uma equipa em que muitos suplente seriam titulares de caras em todas as equipas fora deste quarteto.
Já agora, e no capítulo das emoções fortes, que alegria foi ver Cristiano Ronaldo marcar o golo da vitória a poucos segundos do final da partida. Com os resultados verificados, a França e Portugal continuam a lutar pelo 5º posto no ranking da UEFA, pelo que precisamos que os quatro "mosqueteiros" arranquem o máximo de pontos e vitórias possível e, já agora, que os franceses sigam o exemplo do Lille (são vários os portugueses a jogar no campeão gaulês, mas são os nossos clubes que devemos apoiar).
A temporada do Benfica no pós-Vieira está a pautar-se por assinalável regularidade e bons resultados. Até Jesus está diferente, mais contido, embora desconfie que se conseguir os títulos desejados regressará ao tom de prosápia e menosprezo pelos adversários. Com a senda de vitórias e uma comunicação social que nem disfarça a preferência que dá ao candidato Rui Costa, o caminho para a presidência (esperemos que não seja da perdição) está aplanado. Já agora, é interessante notar que, desde que Vieira foi eleito pela primeira vez no Benfica, só existem quatro clubes na principal Liga que mantém o mesmo presidente. Os encarnados parecem estar lançados para a conquista do campeonato, com Sporting e Porto a dar luta mas a demonstrarem menos argumentos - pelo menos para já. A mudança de João Mário está a ser, a meu ver, determinante para a melhoria do Benfica, que agora tem a vantagem de um estádio com público sôfrego de ver futebol ao vivo (parece que o Governo decretou que a pandemia já acabou e afinal os experts nacionais que nos impuseram um clima de terror com a COVID 19 já vão dizendo que afinal não é tão grave assim...). No Sporting notam-se assomos de "rebeldia" anti-Varandas instigadas pelos de sempre - os que olham para o clube como fonte de rendimentos e provocam instabilidade e clima nefasto se os perdem. E mesmo num ano histórico como foi o da época 20/21 há quem seja incapaz de mudar de comportamento. É o Sporting? Talvez a gratidão seja um bem escasso no reino do leão...
Depois do bom jogo de Madrid, o resultado do Porto pôs a nu alguns desequilíbrios e deficiências (ou insuficiências) da equipa, que Conceição ia disfarçando. Mantenho que este Porto permanece na luta por mérito do treinador. Em jogos menos conseguidos ou tão fraquinhos como o da recepção ao Liverpool, mais do que entrar a matar com os seus atletas, devia ter respirado fundo várias vezes e não soltar a fúria. Os sinais posteriores são claros: Sérgio sabe que não lhe dão condições para fazer muito melhor e sente-se o desgaste de alguém que pretende ir para outras paragens pois não se imagina a estar 2 anos sem títulos. E faz saber ao mundo da bola que os jogadores poderão estar fartos, o que em linguagem de diálogo dirigentes/treinadores significa que ou lhe dão melhor matéria-prima em Janeiro ou o Porto terá que procurar novo treinador - o que é um risco e um dilema para Pinto da Costa.