A resposta portista a Moniz devia ser a que um bom adepto dá no café da sua rua
FOLHA SECA >> A resposta portista a Moniz devia ser a que um bom adepto dá no café da sua rua: duas taças há mais de meio século? Aqui há sete, na era da internet. Que é feito duma velha e decente discussão de café?
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O que pode fazer um bom adepto pelo seu clube? Tudo, até stand-up comedy de baixo teor. Foi o caso de Eduardo Moniz na gala da TVI. O resultado foi uma onda de indignação compreensível em contexto de eleições (exige-se indignação institucional aos candidatos), mas exagerada por revelar falta de encaixe a uma piada de café e, sobretudo, por expor uma fenda existencial que a dimensão do FCP ultrapassou há muito tempo. É que não ofende quem quer, mas quem pode, e Moniz não tem densidade para ofender, a não ser que lhe façam esse favor.
A tecnologia, ao trazer a conversa de café para a opinião pública, formou uma bolha de comunicação onde todos somos livres de expressar ignorância, ódio, amor, idiotice - é a concretização da verdadeira e mítica democracia popular, que só não é irrelevante quando é manipulada para fins populistas.