PASSE DE LETRA - Um artigo de opinião de Miguel Pedro
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A presença de jogadores de um clube nas seleções sempre foi – e ainda é - um motivo de muito orgulho. Revela um certo “bairrismo futebolístico”, é certo. Mas compreende-se que assim seja. Lembro-me bem de, há vários anos, nas raras vezes em que um jogador do Braga era chamado à Seleção, o momento era sentido por todos os adeptos como uma verdadeira vitória coletiva. Além deste “orgulho bairrista”, a presença de jogadores em seleções nacionais é, seguramente, um sintoma de grandeza do clube. E, com a globalização do futebol, que criou um verdadeiro “mercado laboral global”, não cingimos, hoje, o nosso orgulho à presença de jogadores nossos apenas na nossa Seleção Nacional, mas também nos orgulhamos quando vemos os nossos atletas a representarem seleções por esse mundo fora.
Enquanto sintoma de grandeza – ou de um crescimento sustentado em direção a um patamar de maior competitividade – atente, caro leitor, no caso do Braga atual, ao longo de toda a época. Da equipa principal de futebol, estão nas seleções: Niakaté (Mali), Banza (Congo), Zalazar (Uruguai), Racic (Sérvia), Lukas Hornicek (sub-21 Chéquia), Arrey-Mbi (sub-21 Alemanha), Roberto (sub-21 Espanha) e, nos sub-21 de Portugal Chissumba, Roger, João Carvalho, João Marques (os três últimos estarão na fase final do Campeonato de Europa, cujo torneio contará com seis jogadores “nossos”). Na Seleção sub-20: Diego Rodrigues, João Vasconcelos, Dinis Rodrigues. Nos sub-19: Afonso Patrão, João Salvador, Nuno Patrício, Rodrigo Abreu, Samuel Sousa. Nos sub-18: Afonso Sousa, Edgar Mota, Hélder Faria, João Trovisco, Rodrigo Marques, Tiago Ferreira, Sandro Vidigal, Tomás Gomes; nos sub-17: Afonso Semedo, António Gil, Gabriel Dbouk, João Aragão, Romário Cunha (estes últimos três sagraram-se campeões europeus, como bem sabemos). Nos sub-16: Gustavo Fonte, Hugo Pires, João Morais, Medgilson Sacramento, Rodrigo Silva, Rodrigo Valente. Nos sub-15: André Marques, Carlos Moita, Eduardo Louzinha, Guilherme Lima, João Maia, José João, Martim Resende, Santiago Silva, Rafael Cabral, Rodrigo Pereira, Tiago Henriques, Valdir Fernandes, Vicente Santos (na última competição, na Croácia, Rafael Cabral marcou o golo decisivo na final e foi o melhor marcador do torneio, tendo Carlos Moita sido considerado o melhor jogador do certame). E, ainda, Thiago Helguera (sub-20 Uruguai), Tai Znuderl (sub-19 Eslovénia), Jetzen Lopez (sub-18 Austrália), Silvio Zinner (sub-18 Áustria).
Com estes dados, percebemos melhor o que tem sido o crescimento do futebol do Braga e a importância do pensamento estratégico de consolidar uma infraestrutura dotada de excelência (a Academia). E entendemos melhor o otimismo demonstrado para o mandato que agora se inicia.