Froome é mesmo tão bom como parece ou será mais uma fraude do ciclismo? A resposta é muito simples...
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Queremos muito acreditar em Chris Froome, mas desde que Lance Armstrong nos devolveu o chão e nos deu a todos um bom par de estalos, para acordarmos de uma infância fora de tempo fascinada por super-heróis, que não temos outro remédio senão duvidar. O verdadeiro efeito Armstrong foi esse: mais forte do que veneno injetado nas veias, que é um problema dele, foi o veneno que injetou no ciclismo. E é assim, zangados e desconfiados de super-heróis, que chegamos a Froome, um fenómeno de resultados no Tour que até os amantes do ciclismo podem ter dificuldades em engolir. Querem acreditar nele, precisam de acreditar e zangam-se com os desconfiados que puxam a conversa para o doping. Argumentam que doping não é um exclusivo do ciclismo. E não é. Mas não basta apontar o dedo a outros desportos para limpar o nosso. Para quem vê ciclismo de forma desapaixonada, que garanto ser o caso, Froome é sobretudo um bom dilema: pergunta-me o anjo do ombro à direita se não me parece demasiado absurdo que, neste contexto de desconfiança generalizada pós-trauma Armstrong, alguém possa ser suficientemente irresponsável para arriscar ser ridicularizado de maneira tão vistosa. O emblemático Tour não resistiria a outra desilusão assim. Ponto para Froome. O diabinho do ombro à esquerda, que adora chatear, contrapõe com outra questão: precisamente por o ciclismo, e o emblemático Tour em particular, não aguentar outro escândalo, não haverá mais liberdade para fechar os olhos a prevaricações? Tenho a mesma resposta para os dois, e é muito simples: não sei.