O caminho não está fácil para Reinaldo Teixeira, chamado constantemente a apagar fogos. Na Gala, voltou a apostar no discurso pacificador. O problema é que a tribo da bola está sempre em desacordo.
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Exige-se que o cargo de presidente da Liga seja ocupado por um gerador de consensos, um pacificador capaz de agregar todos em torno de um bem comum, num terreno tão sinuoso como é o futebol profissional em Portugal. Na Gala de ontem, que decorreu na novíssima Arena, no Porto, viu-se uma cerimónia simples, humilde, mas que dignificou o desporto-rei, com prémios individuais a destacarem os feitos de 2024/25 em Portugal e dos portugueses que brilharam no estrangeiro. Não foi esquecido quem partiu, tendo sido prestadas homenagens póstumas a Joaquim Oliveira e a Pinto da Costa, um dos mentores da reconstrução deste organismo, a par de Valentim Loureiro (presente entre os convidados), um contexto de elevação com mensagens críticas no discurso do filho, Alexandre Pinto da Costa, que pareceram inapropriadas no contexto.
O Benfica passou praticamente ao lado do evento e André Villas-Boas também não marcou presença, sendo que a participação de Frederico Varandas e do técnico Rui Borges (galardoado) mostram que, afinal, só está tudo bem quando se é campeão.
O clima do futebol nacional nunca foi perfeito, mas, pese os encontros e aproximações dos principais emblemas da nação, também não é saudável nos dias de hoje. A tribo da bola está em constante desacordo e os “árbitros”, no caso Reinaldo Teixeira, são permanentemente chamados a resolver problemas que não lembram a ninguém, como a dificuldade de voos ou o possível adiamento de um jogo por causa das festas locais, entre outros casos desnecessários e que só causam ruído. A Liga não pode mesmo desligar, porque o caminho parece minado e a detonação está sempre à espreita.