O futebol já olha há muito para os Estados Unidos, dispensava até Trump. A poucos dias do novo Mundial de Clubes e a um ano do Mundial de seleções, é até possível debater quem Martínez deve convocar
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O futebol não precisava de Donald Trump para manter os olhos postos nos Estados Unidos. A quatro dias do início do novo Mundial de Clubes e a sensivelmente um ano do pontapé de saída do Mundial de seleções, começam a fazer-se contas. Se, no caso da primeira das competições, continua a discutir-se o real interesse que poderá gerar entre os adeptos, já quanto ao Campeonato do Mundo, que se realiza de quatro em quatro anos, a FIFA pode dormir descansada. Sempre pôde. O peso da tradição e da expectativa popular são garantias de atenção global.
Neste contexto, é mais fácil reunir desde já entusiasmo em torno da possível lista de convocados de Roberto Martínez, podendo desde logo encontrarem-se limitações ou excessos no grupo de que o selecionador não tem abdicado. A recente vitória na Liga das Nações não será o título mais cobiçado entre seleções, mas, no que toca aos portugueses, reabre até o debate sobre quem deve seguir viagem até aos Estados Unidos, em 2026, confirmando-se o apuramento. Algo que, com adversários como Arménia, Hungria e República da Irlanda, não parece propriamente um desafio temível.
A Liga das Nações não tem o prestígio do Europeu, é verdade. Mas vencer a Espanha — que não perdia um jogo oficial desde março de 2023 e só caiu, anteontem, nos penáltis — reforça a ideia de que esta seleção portuguesa carrega consigo uma ambição legítima. E, com ela, uma pressão inevitável. Porque, nos últimos anos, habituámo-nos a apontar Portugal como candidato ao título. E, a partir de agora, a fasquia volta a subir.