Opinião de Nuno Correia da Silva, administrador de empresas
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Diz o ditado popular que quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita. Palavras sábias que o tempo tem consolidado. Assim também tem sido com a legislação que regula as Sociedades Anónimas Desportivas. Desde a Lei fundadora à atual, a Lei 39/2023, parece existir uma vontade escondida, um propósito não confessado, um objetivo oculto num articulado pouco objetivo e de pouca utilidade prática.
Se a criação das SAD tinha como objetivo profissionalizar a gestão desportiva, falhou. Falhou em toda a linha, hoje mais de 95% das SAD são geridas exatamente pelos dirigentes dos clubes que lhe deram origem. Mais, do ponto de vista financeiro as fronteiras não são respeitadas e ninguém, nenhuma autoridade, se atreve a confrontar os dirigentes, sobretudo se for um dos chamados “grandes”. Por vezes, a violação destas fronteiras é tão ostensiva que parece provocatória.