PLANETA DO FUTEBOL - A análise e visão de Luís Freitas Lobo.
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1 - Cada jornada que se tem jogado neste campeonato tem sido apresentada como uma jornada decisiva. É a sensação de ver o surpreendente Sporting a destacar-se na liderança e os clássicos candidatos FC Porto e Benfica a perderem pontos.
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De repente, a situação inverteu-se. O onze leonino sentiu a pressão e empatou três jogos. Por isso, esta próxima jornada é especial. Tem a visita do Sporting a Braga, onde ainda está o horizonte da Champions.
Um jogo que irá definir com exatidão o que podemos esperar deste Sporting neste final de campeonato estranho, emocionante, aberto e cujo final se tornou subitamente imprevisível.
Será um jogo que irá colocar frente a frente uma equipa que se sente demasiado pressionada, o que se reflete numa criação de jogo cada vez mais hesitante na hora de tomar as melhores opções com a bola nos pés, e outra, o Braga, que com o parar com a alta rotação de jogos de três em três dias parece também ter baixado a intensidade do seu jogo. Questão, talvez, de hábitos competitivos a que o corpo (dos jogadores) reagiu com descompressão em campo (física e tática).
2 - Amorim e Carvalhal sabem disto. Esta será a fase mais difícil (e talvez de rendimento mais dúbio) das suas equipas na época. Será um jogo para jogadores capazes de sobredimensionar o coletivo: o "Pote" Gonçalves, que pede (aos gritos táticos) que o coloquem a jogar de frente para o jogo e não sempre a receber a bola nas costas, na frente (o que só pode acontecer recuando-o no terreno), e Fransérgio, um dos médios que melhor chega à frente com visão (finalizadora) de avançado.
Esta é a fase de rendimento mais dúbio de Sporting e Braga na época. Dirá com exatidão o que esperar do onze leonino para o fim do campeonato
Os dois podem individualmente tornar cada sistema tático coletivamente melhor. O 3x4x2x1 (ou "1x2") de Amorim, e o camaleónico sistema de Carvalhal que, começando numa aparente defesa a "4", depois, quase num jogo de espelhos com a estrutura leonina, também se desdobra a atacar num 3x4x2x1.
Chamo-lhe o jogo da verdade porque não existe mais nenhum plano de fuga com margem de erro suficiente para o Sporting. É o jogo, pelo adversário a defrontar, que dirá, verdadeiramente, como está (na cabeça e na destreza tática de Amorim) o onze leonino. No fim, saberemos a verdade.
3 - Claro que a jornada não se reduz só a esse jogo. O FC Porto assiste, ao mesmo tempo que defronta o Moreirense na "caixa de fósforos de Cónegos" num jogo que também parece outro julgamento sumário da equipa de Conceição, que nunca mais falhou após o empate no confronto direto com o Sporting. O onze de Vasco Seabra joga bem mas numa fase em que o onze portista joga de memória com a sala de máquina do meio-campo e o monstro Marega parece voltar a acordar na frente, 90 minutos ficam mais longos. Tremendo.