Lage falar em reforços no fim do jogo parece completamente fora de lógica depois de se falar tanto em Benfica europeu.
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O resultado foi mau, perante um Lyon ainda em crise, o jogo do Benfica teve algumas coisas boas mas deu sempre ideia de fragilidade. E foi a quarta derrota da época em 17 jogos enquanto Bruno Lage continua à procura de um onze e a perceber tarde de mais que nem todos os jogadores que parecem bons, são bons. Ou então há outras prioridades e de facto o que se pretende é ganhar o campeonato e a grande prova europeia fica para trás. Pelos dirigentes parece que não, pelo treinador parece que sim.
Quando vi Nuno Santos a bater em velocidade André Almeida várias vezes no sábado, achei que não iria jogar ontem. Não me enganei, mas depois de ver o segundo golo e a forma como Tomás Tavares foi passado duas vezes fiquei com a certeza que a experiência conta mais a este nível.
Como estrear Chiquinho na Champions ao lado de Vinícius foi um fiasco. Têm qualidades, mas falta o resto, que é dimensão, estatuto, até ter a confiança dos colegas. Não parecem tê-la. E a Champions tem uma dimensão física e de experiência que não se compra e que se tem que ter sempre em conta para jogos destes, finais. E creio que Lage não teve em conta essas vertentes e falar em reforços no fim do jogo parece completamente fora de lógica depois de se falar tanto em Benfica europeu. Que não existe, como é evidente, porque se não guardavam-se alguns jovens e não havia a frieza de os vender quando ainda podiam fazer mais um ano ou dois.
As possibilidades de continuar na Champions são curtas até porque o Benfica vai em oito derrotas nos últimos nove jogos fora na prova. E nem sempre com colossos - de resto, o Lyon nesta altura está bem longe de o ser e mesmo assim acabou 3-1. E levava seis empates seguidos em casa na prova e neste Estádio Groupama só tinha vencido o Dínamo Zagreb e o Apoel Nicósia...
Fica de positivo a melhoria de Gabriel - patrão do jogo -, o regresso de Seferovic e alguma capacidade para pressionar mas sobretudo quando o Lyon resolveu correr menos riscos na segunda parte (Depay saiu ao intervalo por lesão e obrigou também a mudar os planos de Rudi Garcia, que apostou tudo no lado de Tomás Tavares, com Aouar e Depay). O jovem lateral-direito até se ergueu na segunda parte. É de boa cepa mas ainda não dá para vinhos mais estruturados.