SENADO - Um artigo de opinião de José Eduardo Simões.
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A posição de Portugal no ranking da UEFA, que determina o número de clubes com acesso direto aos grupos e os que estão obrigados a percorrer o doloroso caminho das qualificações, era no início desta época de disputa renhida com os Países Baixos pelo 6.º lugar com os olhos postos na França (5.º).
Dos seis clubes que podiam seguir nas diversas ligas, dois ficaram logo pelo caminho, enquanto os neerlandeses conseguiram meter nas fases de grupos quatro dos cinco possíveis.
Por esta razão, a pontuação conseguida tem que ser dividida por seis, no nosso caso, e por cinco, nestes adversários diretos. A campanha dos clubes nacionais foi boa (FC Porto e Benfica de excelência mesmo), mas o Sporting claudicou no final e terá que disputar uma eliminatória para poder seguir para a Liga Europa, tal como o Braga, neste caso para disputar a Conference. Quanto aos Países Baixos, dois clubes seguem em frente, um na Liga Europa, outro na Conference, e os outros dois vão ter que jogar para poderem continuar na Liga Europa (o PSV pode encontrar o Sporting, se a sorte do sorteio assim o ditar). Ou seja, estamos em situação de igualdade. Esperemos que Sporting e Braga consigam atingir os seus objetivos e, se não for pedir muito, que PSV e Ajax regressem rapidamente à exclusividade da Liga holandesa.
A classificação da UEFA, já com bonificações, coloca os neerlandeses no 6.º posto, com 55,10 pontos, e Portugal a seguir, com 53,716. A menos que uma campanha brilhante ocorra com um ou mais dos nossos clubes, vamos perder dois ou três pontos para os Países Baixos e, consequentemente, fixar-nos na 7.ª posição e passar de seis para cinco os clubes com participação direta ou via pré-eliminatórias nas provas da UEFA. Será isso necessariamente mau? O que se tem passado é que, para além de Benfica, Porto, Sporting e Braga, dificilmente mais algum consegue atingir a fase de grupos, pelo que, racionalmente, ter menos clubes aumentará a probabilidade de voltar a ultrapassar os Países Baixos. É quase indiferente estarmos em 7.º, em 6.º ou mesmo em 5.º, pois o sistema de "yo-yo" de menos clubes, melhor pontuação, mais clubes, pior pontuação, vai continuar. A menos que as condições da nossa Liga permitam que outros possam ser competitivos cá e lá. Até que tal suceda, vamos continuar a dançar, a fazer uns brilharetes, mas não seremos mais do que bons figurantes.