Muitos jovens de Açores e Madeira só conseguem no desporto o bilhete de avião para visitar outras paragens
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A crise económica está a causar abalo no futebol, a massacrar as modalidades ditas amadoras e pode vir a ter contornos quase fatais no que respeita ao Desporto de Açores e Madeira. Não me assusta tanto a "moda" das faltas de comparência, que nessas já se verificou ter por vezes a crise umas costas muito largas e até existem soluções práticas e simples, como responsáveis açorianos indicam no trabalho que hoje O JOGO lhe apresenta. Além disso, e no tocante às equipas das ilhas, falamos essencialmente de jogadores que foram contratados como profissionais bem pagos - e é esse, o dos salários mais altos, outro dos custos da insularidade. A mim preocupa mais a inevitável redução de jogos com as formações jovens das ilhas, pois é nessas que estão os verdadeiros madeirenses e açorianos e é também em relação a esses plantéis que o Desporto tem uma segunda função, de grande importância social. É sendo atleta que muitos jovens conseguem um bilhete de avião para visitar outras paragens. Se a crise os deixar a jogar apenas internamente - ou com uma única e rápida saída anual -, quantos se interrogarão sobre o seu futuro na respetiva modalidade?