Após terceiro empate seguido, com a crise escancarada, Schmidt atirou-se aos adeptos e abriu a porta de saída. Será desta que a Direção do Benfica defende o treinador em público?
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A resposta à manchete de hoje de O JOGO é “krise”. Krise em alemão, crise no campeão português. O Benfica está em crise, desta vez nem Schmidt, de repente mais frontal do que é costume após um jogo, conseguirá negá-lo. Os próximos dias serão decisivos para perceber se Rui Costa segue a sugestão do alemão - “se o Benfica precisa de um treinador que faça as substituições que os adeptos querem, não há problema, eu saio” -, cedendo à força dos eleitores, ou se pelo contrário impõe a força dos líderes eleitos, mantendo a aposta no técnico com quem renovou antes do final da época passada.
O momento é delicado, depois do terceiro empate seguido. Mas as opções de Schmidt, tantas vezes incompreensíveis, não explicam tudo. As águias volaram a investir forte no mercado de transferências e o alemão, anteontem, fez questão de sublinhar que a última palavra nas escolhas pertence ao clube. Mesmo que assim não fosse, a responsabilidade teria de ser dividida com a Administração. Será admissível investir tanto e chegar a esta altura da época com duas adaptações nas laterais? E o que dizer sobre a contratação de Arthur Cabral, por 20 milhões de euros? Talvez a aposta neste “goleador”, que não hesita em levantar o dedo do meio aos adeptos, ajude a explicar por que razão, frente ao Farense, o Benfica jogou o suficiente para uma vitória tranquila, mas precisou de 37 remates para fazer um golo.