SENADO - Opinião de José Eduardo Simões
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1 - Mesmo com atraso deve dar-se o devido realce ao apuramento da Selecção de Futebol feminino para o Mundial que se vai realizar na Austrália e Nova Zelândia. O grupo não é fácil e inclui os Estados Unidos, equipa super favorita à reconquista do título; o Vietname, aparentemente o adversário mais acessível; e a Holanda, com quem jogaremos logo de início num duelo que vai ser essencial para as nossas aspirações de seguir em frente.
2 - Julgo que não passará pela cabeça de ninguém comparar futebol masculino e feminino, ou quaisquer outras modalidades praticadas ou por homens, ou por mulheres. Cada qual tem características próprias, uma estética, conteúdo e expressão diferentes e um interesse especial. Todas são muito importantes para formar sociedades mais plurais, saudáveis e tolerantes. Considero uma afronta, idêntica ao doping, que se permita que um homem que muda de sexo possa competir com mulheres que nasceram e cresceram como tal. É jogo sujo, tal como já assistimos em alguns casos (recordes pulverizados em natação, jogos de voleibol "feminino" desequilibrados) em que tal foi permitido e onde é notória a diferença de capacidade, força, resistência e rapidez entre mulheres, e homens que passaram a ser mulheres. Respeito pelas opções, diversidade e orientações, sim. Um caldeirão que misture conceitos, diferenças, princípios, valores e competição justa, isso não.
3 - A Selecção Nacional cumpriu a sua obrigação e ganhou 2 jogos com muitos golos. É cedo para cantar loas ao novo seleccionador e às novidades tácticas. Em 1º lugar temos obrigação de ganhar o nosso grupo e de o fazer invictos. A equipa tem que estar unida e funcionar como um só corpo movida por um objectivo - ganhar! Essa será a tarefa mais importante de Martinez. Só quem não quer ver é que não se apercebe de como é muito frágil a relação emtre Cristiano e Bruno Fernandes, que já no Manchester United fazia questão em disfarçar mal o "desconforto" que sente por Ronaldo. O mesmo sucedeu no Catar e continua a notar-de nos pequenos gestos, nos passes deficientes, na forma pouco efusiva com que "celebra" um golo do seu colega. Não basta querer ser patrão ou o "galo" maior do "galinheiro". É preciso saber ser, e merecer ser, líder e referência. Que Bruno olhe os exemplos de Rúben Dias ou Bernardo Silva, porque a Selecção precisa de todos e cada qual tem que saber que pode confiar nos seus colegas.