Noutras épocas, e também com as tais vantagens confortáveis, o Benfica "entregou" dois títulos. Da última vez, Jesus ajoelhou-se no Dragão
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I mune aos sinais de Paços de Ferreira, Jorge Jesus surgiu ontem na sala de Imprensa tranquilíssimo e confiante; afinal, a vantagem de seis pontos representa uma boa almofada. Ninguém duvida disso. "Quem está à frente continua à frente, portanto os outros é que têm de olhar de baixo para cima e andar atrás", atirou o técnico, em resposta a mais uma pergunta sobre o estado anímico da sua equipa depois do percalço.
Sim, é verdade, Jesus tem razão e está numa posição invejável: os outros é que têm de olhar para cima, de facto. Mas o treinador do Benfica não pode ter memória curta. Há uns anitos, não muitos (época 2011/12), e com cinco pontos de vantagem, chegou de uma jornada europeia, patinou em Guimarães, depois escorregou em Coimbra e espatifou-se na Luz com aquele que viria a ser o campeão, o FC Porto.
A vantagem também era confortável na altura e a então equipa de Vítor Pereira também tinha de olhar de baixo para cima... ou para a frente, depende da perspetiva. Há duas épocas, o treinador encarnado também parecia lançado, mas na reta final empatou com o Estoril em casa e perdeu no Dragão, ajoelhando-se novamente aos pés do rival; voaram os quatro pontos de vantagem em apenas duas jornadas. Não há jogos iguais, não há épocas iguais, mas há sempre um retrovisor e, à cautela, é melhor limpá-lo e ir dando uma olhadela.