Portugal goleou a Polónia em apenas 45 minutos, mas quandoos adversários subirem de nível, nem sempre será possível desperdiçar uma parte inteira em equívocos.
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Para quem prefere ver o copo meio cheio, Portugal só precisou de 45 minutos para golear a Polónia e carimbar a presença nos quartos de final da Liga das Nações no primeiro lugar do Grupo A1. Para os mais pessimistas, que veem o copo meio vazio, a Seleção desperdiçou 45 minutos que podiam ter valido um resultado histórico. A verdade é que as semelhanças entre a equipa que disputou a primeira parte do duelo com a Polónia e a que se apresentou após o intervalo são pura coincidência.
A entrada de Vitinha para a etapa complementar revolucionou o futebol da equipa portuguesa que, depois de um par de sobressaltos na primeira metade do encontro, se instalou definitivamente no meio-campo dos polacos multiplicando as oportunidades até quebrar a resistência do adversário e tornar a goleada pouco menos do que inevitável. E se o jogo começou por ser um longo bocejo, marcado pela precipitação no ataque e pela intermitência na defesa, a segunda compensou largamente os milhares que encheram o Dragão na esperança de ver um grande espetáculo. Dos cinco golos apontados por Portugal, só o penálti cobrado por Cristiano Ronaldo foi “normal”. Rafael Leão abriu o marcador com um lance que sublinhou toda a sua capacidade atlética, Bruno Fernandes disparou uma bomba indefensável, Pedro Neto encontrou o buraco da agulha entre o guarda-redes e o poste e, finalmente, o capitão assinou uma verdadeira obra de arte, servida de bandeja por Vitinha. Portugal mostrou duas faces no jogo de ontem. A segunda é a única que lhe garante um lugar entre a elite mundial e nem sempre haverá margem para desperdiçar 45 minutos em equívocos. A boa notícia é que, desta vez, Roberto Martínez percebeu o que estava mal e mudou para melhor a tempo.