Conferência O JOGO: "Só um a três por cento consegue ser atleta profissional em todo o mundo"

Conferência O JOGO: "Só um a três por cento consegue ser atleta profissional em todo o mundo"

O Fórum Cultural de Ermesinde foi palco da 1.ª conferência do jornal O JOGO, intitulada "futebol de formação: presente e futuro". Cerca de 300 pessoas assistiram ao evento que contou com o apoio da Câmara Municipal de Valongo - representada por Paulo Esteves Ferreira, vereador do desporto - e que, distribuído por três painéis, juntou vários agentes do futebol, como Vítor Murta e José Neves, presidentes do Boavista e da AF Porto, respetivamente, José Guilherme, responsável da FPF, e os coordenadores da formação do FC Porto e do Braga, Filipe Ribeiro e Hugo Vieira.

No primeiro painel, Jorge Silvério, psicólogo do desporto das seleções nacionais de futsal, defendeu que "é muito importante o desporto funcionar como uma escola de valores", lembrando que "só um a três por cento consegue ser atleta profissional em todo o mundo". "Muitas vezes, os jovens veem futuro no desporto e nem é por pressão dos treinadores ou dos pais. Estão concentrados muitas vezes no glamour, no dinheiro que podem ganhar e põem as fichas todas nesse lado", sublinhou.

Filipe Ribeiro, coordenador da formação do FC Porto, anunciou a preocupação do clube em querer que os atletas "tenham condições de desenvolver a prática do futebol e seguir a sua vida académica", congratulando-se com o registo de o FC Porto ter "um conjunto alargado de jogadores, até na Seleção Nacional, que são alunos de excelência". Também o Braga tem feito "um grande acompanhamento da carreira académica" dos seus atletas e, conforme garantiu Hugo Vieira, responsável pela formação dos minhotos, "não abdica de certos valores". "Por comportamentos incorretos na escola e na sociedade, o Braga dispensou um atleta internacional e proibiu atletas de jogar no fim de semana", revelou.