"Muitas vezes o clube é obrigado a dizer 'não vais continuar aqui'. É muito difícil"
O Fórum Cultural de Ermesinde foi palco da 1.ª conferência do jornal O JOGO, intitulada "futebol de formação: presente e futuro"
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O Fórum Cultural de Ermesinde foi palco da 1.ª conferência do jornal O JOGO, intitulada "futebol de formação: presente e futuro". Cerca de 300 pessoas assistiram ao evento que contou com o apoio da Câmara Municipal de Valongo - representada por Paulo Esteves Ferreira, vereador do desporto - e que, distribuído por três painéis, juntou vários agentes do futebol, como Vítor Murta e José Neves, respetivamente presidentes do Boavista, José Guilherme, responsável da FPF, e os coordenadores da formação do FC Porto e do Braga, Filipe Ribeiro e Hugo Vieira.
No último painel, dedicado à transição para o futebol profissional, Artur Fernandes, presidente da Associação Nacional de Agentes de Futebol, professor Neca, vice-presidente da ANTF, o comentador Luís Freitas Lobo e Domingos Paciência foram os palestrantes.
O treinador admitiu que, quando acompanhava os filhos, viu comportamentos de pais que deixam muito a desejar, reconhecendo que "existe pressão dos pais sobre os filhos". "Há momentos em que vou ver o jogo e eu próprio digo mal do treinador", contou, com humor.
Artur Fernandes não tem dúvidas de que "a transição para o futebol profissional é o maior desafio para os jovens jogadores". O agente de jogadores constatou, muitas vezes, que os responsáveis dos clubes entendem que "o jogador tem de sair da sua zona de conforto".
"Tem tudo desde os seis anos, psicólogos, médicos, treinadores. E quando chega ao período entre os 18 e os 22 anos tem de decidir o futuro e muitas vezes o clube é obrigado a dizer "não vais continuar aqui". É muito difícil, mas permite-lhe preparar-se a outro nível nos anos seguintes", argumentou.
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