Voleibol: FC Porto deixa AJM e forma equipa feminina própria

Voleibol: FC Porto deixa AJM e forma equipa feminina própria

Azuis e brancos enviaram carta à Academia José Moreira dando conta do fim da parceria a 1 de julho. Já há treinador e jogadoras contactados. José Moreira, fundador e presidente da Academia à qual dá o nome, confirmou a O JOGO a notificação recebida do FC Porto. Diz que não teve qualquer justificação, mas sabe do novo projeto do clube.

É uma bomba no voleibol feminino português: o FC Porto quebrou a parceria com a AJM (Academia José Moreira), que vigorava desde 2019, estava acordada para, pelo menos, mais uma temporada, e vai jogar na próxima época em nome próprio. José Moreira, uma das lendas do clube azul e branco e fundador da Academia em 2014, confirmou a O JOGO o fim desta ligação, iniciada em 2019.

"É verdade. A Academia já foi notificada, recebemos uma carta registada, carimbada, do FC Porto, a dizer que a partir do dia 1 de julho a parceria estava terminada. Sem qualquer justificação, não me disseram nada. Não sei, portanto, o motivo, sei apenas que vai acabar", contou Moreira, de 71 anos, dizendo que "no caso da W52 sabia-se que era pelos casos que surgiram, mas aqui, em relação a nós, não creio que houvesse algo que justificasse tal atitude".

Há, porém, uma justificação e José Moreira acabou por abordá-la. "O FC Porto vai montar a sua própria equipa. Sei que já falaram com algumas jogadoras nossas e estão a querer fazer uma equipa. Nós? Estamos a tentar organizar-nos e fazer a nossa equipa também. Até já há quem queira associar-se a nós. Por agora, queremos focar-nos e ganhar o campeonato e, se assim for, seremos nós, a AJM, a disputar a Supertaça", afirmou.

A verdade é que o FC Porto pretende mesmo avançar com uma equipa verdadeiramente do clube e já fez contactos com algumas atletas, tanto do atual plantel resultante da AJM/FC Porto, como de outros emblemas. Renatinha é uma das jogadoras já abordadas e praticamente garantida pelos dragões. Para treinador, há dois nomes em equação, o de Miguel Coelho, 35 anos, do Leixões, e o de Mário Martins, de 49, do Porto Vólei.

A ideia dos portistas é entrarem de imediato no escalão principal, para o que terão reunir um conjunto de requisitos - o chamado regulamento de acesso direto à I Divisão -, tendo no plantel pelo menos oito atletas que valham, no conjunto, 100 pontos do ranking da federação, e que depois esta analisará, sendo um dado praticamente garantido que o conseguirão. A exemplo, de resto, com o que aconteceu no regresso do Sporting, em masculinos, em 2017/18.

AJM/FC Porto deixa sete troféus

"O curioso é que foi o FC Porto que se quis juntar à AJM, embora, é claro, eu também o quisesse, porque sempre tive o sonho de reabrir a secção de voleibol, tal como vários ex-praticantes do clube", comentou José Moreira. A AJM surgiu em 2014 e fez a ligação aos dragões em 2019. Desde então ganhou dois campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e quatro Supertaças.