"WTCR será mais excitante do que as corridas atuais de Fórmula 1"

"WTCR será mais excitante do que as corridas atuais de Fórmula 1"
António G. Rodrigues

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Tiago Monteiro espera poder lutar pelo título apesar da ausência na ronda inaugural, a 7 e 8 de abril, em Marrocos, devido às sequelas do acidente sofrido em setembro

A pausa que Tiago Monteiro fez nos tratamentos a que se tem submetido em Miami, para marcar presença na apresentação oficial do novo Mundial de Carros de Turismo, o WTCR, na quarta-feira, em Barcelona, valeu ao piloto português a maior ovação da noite. Sem se descompor, o piloto da Honda prometeu "o melhor campeonato de sempre" da categoria, depois da junção entre o WTCC (antigo Mundial) e o TCR, esperando ainda poder "lutar pelo título, pois com mais corridas há mais margem de erro".

A O JOGO, o portuense de 41 anos já tinha traçado as linhas gerais de um campeonato que deu um passo atrás para evoluir. Os regulamentos foram reformulados para comportar carros derivados de série, menos potentes, mas mais robustos e "quatro ou cinco vezes mais baratos", explicou.

"Sem dúvida que será mais animado. [A alteração] já deveria ter acontecido há dois anos. A nível de pilotagem, é um carro menos divertido de guiar, é verdade, menos potente, menos desenvolvido. O TC1 [do WTCC] era um protótipo, já estava muito reativo e em alguns circuitos chegava a ser dez segundos mais rápido", explicou a O JOGO o piloto que, este ano, vai defender as cores da Boutsen Ginion Racing. Essa é outra das alterações. Apesar de Monteiro ser pago pela Honda, os construtores não se podem envolver diretamente.

Tiago Monteiro acredita que estes condimentos ajudam a criar um produto mais atrativo. "Para o espetáculo, é bem melhor assim. Vamos ter mais carros a lutar e sem o domínio de uma marca. Um leque de pilotos mais variado, jovens, experientes e fantásticos. Os carros também são mais resistentes, aguentam mais pancada. Vai haver muitos toques, pela quantidade de pilotos, pelos estilos de pilotagens, mas também porque há mais confiança sabendo-se que os carros aguentam mais", profetiza Tiago Monteiro que, como foi anunciado no início desta semana, falhará pelo menos a ronda de abertura, a 7 e 8 de abril, em Marrocos, em virtude das sequelas do acidente sofrido em setembro. Mas deixa uma garantia: "Será mais excitante do que as corridas atuais de F1. O problema é que não chega a tanta gente. Para quem olhar aos dois, não tenho dúvidas que este é mais interessante".

Depois de três anos na Fórmula 1, entre 2004 e 2006, Tiago Monteiro é um dos que se aborrecem com as atuais corridas. "Os últimos dois ou três anos têm sido dos mais chatos da história. Neste, a Mercedes ainda não fugiu, há umas lutas interessantes, como com a Haas, mas não haverá milagres", aponta.

Monteiro admite que "é um ciclo chato", mas que pode melhorar. "É preciso mais barulho, menos carga aerodinâmica, mais carga mecânica, menos poder de travagem para alargar as distâncias e dar mais oportunidades de ultrapassagens. Só isso já fazia uma diferença grande", explica.