Tiago Monteiro: "É difícil sobreviver a esta lesão"

Tiago Monteiro: "É difícil sobreviver a esta lesão"
António José Rodrigues

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Tiago Monteiro fala sobre os problemas de visão que o têm mantido afastado da competição e afirma que Marc Márquez, campeão de MotoGP, já lhe aconselhou um médico.

Tiago Monteiro não tem problemas em falar sobre a lesão que o tem afastado das pistas, mas admite que o susto foi grande quando, precisamente em Barcelona, se despistou a alta velocidade. Foi em testes, a 7 de setembro.

"Há mais casos destes do que se pensa. O Marc Márquez também sofreu e aconselhou-me um médico aqui, em Barcelona. Mas houve mais, como muitos pilotos na Nascar, na Indycar, o próprio Jorge Lorenzo em MotoGP. Os médicos dizem que o meu caso foi mais violento do que os outros, porque foi nos dois lados da cabeça, afetando os dois olhos. Normalmente, quando acontece nos dois lados, a pancada é tão forte que não se sobrevive devido a outras lesões", explica.

Casos destes "são super-raros e mais difíceis de recuperar". A prioridade foi "poder fazer a vida normalmente, o que parecia difícil", explica. "Depois, regressar à competição e a seguir estar a um nível que permita lutar pelo título", frisa. Para trás ficaram meses "de muito sofrimento", com "dores de cabeça terríveis, enjoos, náuseas".

"Nunca pensei que se pudesse ter dores de cabeça tão fortes", diz. A simples tarefa de estacionar o carro foi um problema, pois o problema ocular dificultou o medir de distâncias. Atualmente, Tiago Monteiro segue um regime de "reeducação, diário", com tratamentos intravenosos a que se tem submetido em Miami, para onde regressou na manhã desta quinta-feira.

Apesar da lesão, Tiago Monteiro chegou a acordo com a Honda para renovar por mais dois anos. "Felizmente têm-me apoiado e não me pressionam com prazos", refere. Por isso, acredita que ainda tem muito a dar ao automobilismo.

"Parar? Não, ainda só tenho 41 anos. Quando olho para pilotos como o Tarquini, com 56, vejo que ainda tenho muito para fazer." Le Mans é um dos objetivos, mas já não será este ano. "É já em junho e, sem testar, não é fácil. Preciso de ser realista", frisa.