Federação de Ciclismo recorda ter novas regras para combater fraude desportiva
Em comunicado, a federação diz que vai esperar a continuação do processo "Prova Limpa" e lembra que nenhum dos implicados poderá ser inscrito.
A Federação Portuguesa de Ciclismo emitiu esta terça-feira um comunicado, na sequência da suspensão de sete corredores da W52-FC Porto, entre eles João Rodrigues, vencedor da Volta a Portugal de 2019 e da Volta ao Algarve de 2021.
"A Federação Portuguesa de Ciclismo tomou hoje conhecimento da suspensão de sete corredores da equipa W52-FC Porto, uma decisão baseada na confissão dos ciclistas de que violaram as regras antidopagem. Esta evolução do designado processo 'Prova Limpa' é um caso da máxima gravidade, porque demonstra desprezo pela verdade desportiva e pelos princípios éticos a que estão obrigados todos os agentes desportivos e pelos quais têm a obrigação de zelar todas as equipas e os seus responsáveis máximos", pode ler-se.
"Se em relação a estes sete atletas o caso está encerrado na justiça desportiva, porque as penas foram aplicadas com o acordo dos ciclistas, o processo ainda decorre na justiça desportiva para os restantes elementos suspensos preventivamente e na justiça civil para todos os agentes que foram constituídos arguidos nos últimos meses. A Federação Portuguesa de Ciclismo reitera a confiança nas instituições encarregadas de investigar e dar seguimento aos processos e não fará qualquer comentário futuro sobre o desenrolar do designado processo 'Prova Limpa'. A justiça tem os seus tempos e deve ser prosseguida com a máxima serenidade sem interferências externas nem diligências mediáticas das partes envolvidas. A Federação Portuguesa de Ciclismo reafirma a sua firmeza na luta contra a dopagem, pela verdade desportiva e pela ética. É nesse sentido que reforçou as exigências para a inscrição das equipas continentais na época de 2023 e que, em parceria com a ADoP e a União Ciclista Internacional irá aplicar o passaporte biológico a todo o pelotão nacional", continua.
A federação prossegue escrevendo que "o momento que se está a viver exige que se trabalhe para um futuro do ciclismo profissional que se pratica em Portugal com rigor e ética" e que "todos os agentes desportivos terão de ter uma visão moderna e de futuro e de ser responsabilizados pelos erros cometidos no passado."
"Nesse sentido, a Federação recorda que, além das novas disposições normativas para a época de 2023, continuam em vigor as regras estabelecidas no Contrato de Concessão da Organização e Exploração Comercial e Competições de Ciclismo, assinado entre a Federação Portuguesa de Ciclismo e a Podium Events, assim como no Convénio para Proteção e Valorizado do Ciclismo em Portugal, das suas Equipas Continentais UCI, Corredores e Volta a Portugal em Bicicleta, subscrito pela Federação Portuguesa de Ciclismo, pela Podium Events, por todas as equipas continentais UCI portuguesas e pela Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais. Estes dois documentos são anteriores ao processo "Prova Limpa" e demonstram que a determinação federativa em combater a fraude desportiva vem de longe e é uma prioridade de sempre", remata.