"Não aceito dinheiro das pessoas que matam. Estou só a fazer o meu trabalho"
Thomas Heurtel
foto Tobias SCHWARZ / AFP
Thomas Heurtel foi afastado da seleção de França de basquetebol quando assinou pelo Zenit e agora falou do assunto, numa entrevista ao L'Équipe
Em entrevista ao jornal L'Équipe, Thomas Heurtel, uma das figuras da seleção de França de basquetebol, abordou o seu afastamento dos bleus por ter assinado pelo Zenit, da Rússia.
A seleção francesa tinha feito os seus jogadores assinarem uma carta na qual se comprometiam a não assinar por nenhum clube russo ou bielorrusso, em 2022, e pouco depois o ex-Real Madrid e ex-Barcelona mudou-se para o clube de São Petersburgo, acabando excluído da sua seleção em vésperas dos Jogos Olímpicos (2024).
"Não significa que eu apoie o que eles fazem. Não aceito dinheiro de pessoas que matam. Como se eu tivesse uma arma e fosse lutar? Não, estou a fazer o meu trabalho, é só isso", vincou. Ao ser questionado sobre o fato de o clube ser patrocinado pela Gazprom, das principais empresas estatais russas e cujas receitas servem para financiar a guerra na Ucrânia, assumiu que se calhar fazia "parte do sistema".
"Veremos o que acontece dentro de dois meses e meio [quando termina o seu contrato]. Não tinha escolhido Zenit, mas era uma das opções mais importantes, a melhor situação tanto financeiramente como em termos de projeto de jogo. Os salários que eles pagam aqui são diferentes! Estou mais no fim da minha carreira do que no início. O que é que me resta? Quatro ou cinco anos?", prosseguiu.