Querem roubar o recorde a Rosa Mota
Proposta para limpar lista de recordes na Europa será aprovada no próximo fim de semana no congresso da Associação Europeia de Atletismo. A decisão final, contudo, cabe à Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Rosa Mota e Dionísio Castro em risco de perderem os respetivos recordes.
A Associação Europeia de Atletismo (AEA) estuda a possibilidade de invalidar todos os recordes da Europa que tenham sido obtidos sem respeitar determinadas regras que hoje são obrigatórias. A decisão tem por base os muitos casos de doping que têm vindo a público e que não foram devidamente avaliados na altura em que foram registados.
A proposta, que parte de uma comissão de trabalho criada em janeiro, será aceite no próximo fim de semana durante uma reunião da AEA.
"É uma solução radical, é verdade, mas os amantes do atletismo estão cansados das dúvidas que pairam em torno dos recordes desde há muito tempo", afirmou o norueguês Svein Arn Hansen, presidente do organismo. "É necessário uma ação drástica para restaurar a credibilidade e a confiança", rematou.
Segundo a AEA, todos os recordes alcançados sem terem cumprido determinadas regras - ainda que os atletas possam não ter registos de ligações a substâncias ilícitas - serão considerados "velhos recordes na Europa", ficando os registos limpos para novas marcas.
Apesar da vontade da AEA, cabe à Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) tomar uma decisão final. Em último caso, poderão existir recordes que contam para a Associação Internacional de Federações de Atletismo e não para a Associação Europeia de Atletismo.
Rosa Mota e Dionísio Castro perdem recordes no sábado
No que toca ao atletismo português, há dois registos que deixam de contar para a AEA: os 20 mil metros pista de Dionísio Castro, (31 de março de 1990, em França) e os 20 mil metros pista de Rosa Mota (14 de maio de 1983).
Com o cunho nacional, só ficará em vigor, o máximo dos 100 metros, de Francis Obikwelu, que lhe deu a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, de 2004.
Convém referir ainda que, como a decisão da AEA pode não ser a mesma da IAAF, os recordes dos dois antigos atletas portugueses poderão não contar para a AEA mas permanecer nas listas da IAAF.