UCI vai obrigar a contratar 20 ciclistas e a inflação orçamental pode levar a Direção portista e o patrocinador a quererem voltar à "Continental"
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Está em análise a continuidade da W52-FC Porto no escalão Profissional Continental. Depois da estreia na segunda divisão mundial do ciclismo, o clube e o patrocinador, Adriano Quintanilha, equacionam o futuro e as condições para aumentar o investimento face às novas exigências da UCI, que vai obrigar as equipas Pro Continentais a terem um mínimo de 20 ciclistas. Nesse cenário, a W52 teria de contratar mais quatro e aproximar-se dos dois milhões de euros de orçamento.
Os dominadores do ciclismo em Portugal - este ano conquistaram Volta ao Alentejo, Grande Prémio JN e a sétima Volta a Portugal consecutiva - estão apreensivos: primeiro pelo dinheiro necessário para ter uma equipa competitiva no estrangeiro, depois pela cada vez maior dificuldade de acesso a corridas World Tour (WT) - esta época, os azuis e brancos só correram uma prova desse escalão, a Volta à Turquia -, que se vão tornar ainda mais restritas e praticamente só abertas a equipas WT e do país organizador.
"Ainda estamos dependentes da decisão do patrocinador - veremos se ele nos quer manter nesse nível. Nós queremos continuar, mas tem de ser analisado. Percebo que será necessário um investimento muito grande, por termos de ir buscar mais quatro ou cinco atletas. Se baixarmos, ficaremos só com 12 ou 13 ciclistas", afirmou o diretor desportivo, Nuno Ribeiro, a O JOGO.
Há mais oito equipas do escalão com o mesmo problema e as espanholas estão todas em risco, nomeadamente a Burgos-BH, de Ricardo Vilela, José Neves e Nuno Bico; ontem, a Euskadi-Murias anunciou o fim, por falta de patrocínio.