Ao sonho de sempre, o diretor desportivo da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar junta outro, o de "conseguir colocar um homem nos 10 primeiros"
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A Credibom-LA Alumínios-MarcosCar continua a sonhar com a primeira vitória na Volta a Portugal, mas na 84.ª edição ambiciona também colocar um dos seus ciclistas no top 10 final.
"À imagem dos anos anteriores, vamos ter uma equipa bastante combativa. Estar nas fugas do dia, tentar entrar nessas escapadas, para tentar, que nas etapas em que possa chegar a fuga, conseguir a tão desejada vitória que há anos andamos a perseguir e o ano passado estivemos tão perto. Esse será o principal objetivo, tentar uma vitória numa etapa", avançou à Lusa Hernâni Broco.
Ao sonho de sempre, o diretor desportivo da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar junta outro, o de "conseguir colocar um homem nos 10 primeiros", que, a priori, será Gonçalo Leaça.
"Temos o Gonçalo e o João Medeiros, são os nossos homens que podem surpreender na Volta. No entanto, numa fase inicial, vão haver etapas bastante planas. As três primeiras provavelmente serão disputadas ao sprint e tanto o Rodrigo Caixas, que vem da pista e é um atleta bastante rápido, e o André Ramalho, que já muitas vezes fez top 10, vou tentar com eles, tentar essa vitória", detalhou ainda.
Foi precisamente Medeiros a dar à formação de Broco um festejado triunfo na quinta etapa do Grande Prémio Douro Internacional, o que deu "moral tanto a ele como à restante equipa", que já soma 25 pódios ao longo da época, ainda que em classificações secundárias.
Equipa mais "jovem" do pelotão nacional, a Credibom-LA Alumínios-MarcosCar é sempre uma candidata a lutar pela classificação da juventude, mas esses planos tiveram de ser alterados devido à chamada à seleção nacional de Alexandre Montez, que vai representar Portugal na prova de fundo de sub-23 dos Mundiais de Glasgow e também na Volta a França do Futuro.
"Tivemos que o dispensar à seleção, visto que existia vontade dele, vontade da federação, e para mim era o homem que podia-me dar algumas garantias também na geral. Podíamos ter aqui um bloco de três elementos, a equipa teria bastante consistência, mas decidimos assim e vamos apostar em duas frentes. Os sete que ficaram convocados para esta Volta também me dão garantias. [Quanto] à juventude, penso que os três elementos que eu levo a contar para a juventude nas etapas de montanha vai ser difícil eles defenderem-se de igual para igual com os homens mais fortes", reconheceu.
Broco está habituado a "ceder" ciclistas à seleção nacional, tanto na estrada como na pista, e nem hesitou em comprometer os objetivos da equipa para que Montez, que "ganhou a juventude em todos os prémios em que entrou", pudesse estar nas duas competições.
"Acho que ele gostava dessa experiência e não me sentia bem também só olhar para a equipa. Temos que olhar também para o conjunto do atleta e da equipa e assim decidimos. Acho que foi, pelo menos, de consciência tranquila e acho que foi a decisão certa", defendeu.
O antigo ciclista garante que todos os seus jovens corredores estão motivados, embora saibam que a Credibom-LA Alumínios-MarcosCar não estará na discussão da vitória da Volta a Portugal, que começa na quarta-feira, em Viseu, e acaba em 20 de agosto, em Viana do Castelo.
"À partida para uma Volta a Portugal, podemos ambicionar numa etapa ou outra, nunca se sabe se pode chegar uma fuga e tentarmos vestir uma camisola. Como já surgiu em anos anteriores, houve essas oportunidades. Penso que este ano há um bloco bastante forte que não vai permitir isso. Mas temos que ir degrau a degrau, temos que saber primeiro formá-los e saber das capacidades de cada um. E penso que se conseguirmos colocar um homem nos 10 primeiros já será um passo importante", analisou.
O "bloco" de que Broco fala é, evidentemente, a Glassdrive-Q8-Anicolor, "a equipa favorita" e que "tem feito a melhor época".
"Têm colocado nos [grandes] prémios que têm vencido também homens novos nas posições secundárias. Têm vencido não como querem, mas com supremacia em relação a todas as outras, e venceram a Volta a Portugal no ano anterior colocando primeiro, segundo e terceiro, e este ano penso que vai ser o bloco mais forte. Não sei se vão conseguir fazer primeiro, segundo e terceiro, mas penso que têm ali quatro homens que entre eles podem ganhar", apontou, referindo-se ao Mauricio Moreira, campeão em título da Volta, ao português Frederico Figueiredo, "vice" no ano passado, ao russo Artem Nych e ao australiano James Whelan.
Em termos nacionais, Broco considera que há "ali de um ou de outro homem da Efapel, que pode se intrometer" na luta pela geral, assim como António Carvalho (ABTF-Feirense), que ano passado foi terceiro. "E não nos podemos esquecer das equipas espanholas, que vêm com blocos que podem surpreender, e têm sempre homens de montanha", acrescentou, em declarações à Lusa.
Será na montanha que a 84.ª edição será inevitavelmente decidida, com o diretor desportivo da Credibom-LA Alumínios-MarcosCar a admitir que, para as suas pretensões, era melhor que esta chegasse antes - só à quinta etapa é que a estrada começará a inclinar para o pelotão.
"Para mim, em termos de chegarem fugas, era melhor se tivesse uma etapa de montanha logo ali na segunda ou terceira etapa, porque selecionava bastante mais o pelotão e abria muito mais a geral e colocava cada um no seu sítio. Nesta forma, é só a partir da etapa da Serra da Estrela que pode chegar alguma fuga. Mas depois temos em consideração a etapa da Senhora da Graça, [que] é difícil chegar a fuga, e depois temos ali a etapa de Fafe que podemos apostar, a etapa de Montalegre e Guarda, penso que podem ser as etapas que possam chegar fugas, mas não vai ser fácil, porque são etapas também com bastante montanha", concluiu.
Credibom-LA Alumínios-MarcosCar
Equipa: André Ramalho (Por), Daniel Dias (Por), Diogo Narciso (Por), Gonçalo Leaça (Por), João Macedo (Por), João Medeiros (Por) e Rodrigo Caixas (Por).
Diretor Desportivo: Hernâni Broco.