Português venceu a prova esta sexta-feira
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O ciclista português João Almeida (UAE Emirates) brilhou ao vencer a 13.ª etapa da Volta a Espanha, que acabou no alto de l’Angliru, subida mais mítica em solo espanhol, num mano a mano com Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike).
Concluídos em 4:54.15 horas os 202,7 quilómetros da tirada, entre Cabezón de la Sal e o Angliru, Almeida subiu com o líder da classificação geral grande parte da ascensão, mas esteve quase sempre na frente, tendo chegado a distanciá-lo, ainda que este tenha acabado em segundo com o mesmo tempo.
O segundo triunfo em grandes voltas do português, de 27 anos, e primeiro na Vuelta, depois de uma tirada no Giro em 2023, aconteceu logo numa das subidas mais ‘míticas’ de Espanha, e segundo o próprio analisou no final, muito se deveu “aos colegas de equipa”, gabando um triunfo na “mais dura subida do mundo”, que o deixou “sem palavras”.
O duelo na mais dura das subidas espanholas foi protagonizado pelos dois homens em melhor forma nesta edição da Vuelta, com o luso a assumir grande parte do trabalho e a trazer Vingegaard na sua roda, sem que o dinamarquês tenha trabalhado.
O sprint entre os dois favoreceu o português, com uma vitória famosa para coroar uma época de grande nível, mas o camisola vermelha limitou as perdas a quatro segundos em bonificações e mantém uma vantagem confortável, enquanto o britânico Thomas Pidcock (Q36.5) é terceiro, a 2.18 minutos.
O dia contou com uma fuga com 25 corredores, entre eles o aniversariante Ivo Oliveira (UAE Emirates), que hoje festejou o 29.º aniversário com a subida a 118.º na geral, mas também o líder dos pontos, o dinamarquês Mads Pedersen (Lidl-Trek).
As duas subidas de primeira categoria que antecedem o Angliru foram fazendo este grupo de fugitivos perder elementos, com o trabalho da Visma-Lease a Bike no pelotão, e a entrada para a ascensão final contou com mais um protesto pró-Palestina, com manifestantes a pararem, por breves instantes, os homens da frente.
Aqui, a UAE Emirates assumiu o trabalho cá atrás, pelo austríaco Felix Grossschartner, e na frente o australiano Jay Vine, gregário ‘de luxo’ para Almeida, fazia esquecer a falta do espanhol Juan Ayuso no apoio ao chefe de fila.
Em inferioridade numérica, o português arrancou e colocou o seu próprio ritmo na estrada, que só Vingegaard acompanhou.
Esta vitória acontece num ano em que tem mostrado a faceta mais atacante e dominadora, tendo vencido uma etapa no Paris-Nice, seguindo-se duas e a geral final da Volta ao País Basco, a Volta à Romandia, e três tiradas e geral da Volta à Suíça.
Um dos ciclistas em melhor forma este ano, sofreu um revés na Volta a França, quando as fraturas decorrentes de uma queda o obrigaram a desistir, sem poder continuar a ajudar o esloveno Tadej Pogacar, eventual vencedor, e lutar por um pódio, 'vingando-se' agora na Vuelta, em que se tornou o nono português a vencer uma etapa, a sua segunda em grandes voltas, de um triunfo no Giro em 2023.
No sábado realiza-se a 14.ª etapa, entre Avilés e o Alto de La Farrapona, na extensão de 135,9 quilómetros, com duas contagens de montanha de primeira categoria, a última a coincidir com a meta.