"Vitória frente ao Benfica? Andei a semana toda a pensar se era verdade, foi histórico"
Desde 2018 no Esmoriz, Rafael Santos tem assumido um dos papéis principais da equipa de Bruno Lima, que lidera o campeonato nacional. Desde 2006/07 que a formação da "Cidade do Voleibol" não ganhava ao Benfica. O triunfo de há uma semana e a vitória em Guimarães motivam o internacional e o clube para mais uma boa época.
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Natural de Amoreira da Gândara (Anadia), Rafael Santos está no Esmoriz desde 2018. A mãe é de Agadão (Águeda) e amiga da progenitora de Fábio Cardoso, jogador do FC Porto. "Não ligo muito a futebol. Sei que o rapaz joga no FC Porto, mas além do voleibol acompanho andebol e a NBA", conta o atacante de 21 anos.
"A minha grande referência é o Roberto Reis e, no basquetebol, admiro o Ja Morant, base dos Memphis Grizzlies", adianta o atleta que representou a Seleção Nacional por seis vezes e que, há uma semana, ajudou o clube do concelho de Ovar a fazer algo marcante: derrotar o Benfica, por 3-1. Uma proeza que não conseguia desde 2006/07.
"Sabíamos que ia ser muito complicado. O nosso início de época tem sido muito tremido. Temos de fora o Roberto Reis [também zona 4], que se magoou na mão, o José Pedro Pinto [oposto] deu-lhe as enxaquecas, saiu na fase inicial do jogo, mas nada é impossível e, com o nosso espírito de união, conseguimos uma vitória muito enriquecedora e motivadora", recordou.
Durante o encontro com o tricampeão nacional, contou Rafa, como é conhecido entre os amigos, "estávamos confiantes que podíamos fazer história". "No final, foi uma coisa incrível. Andei a semana toda, até ao jogo em Guimarães [triunfo por 3-1 sobre o Vitória] a pensar se aquilo era verdade. Foi um momento histórico, porque o Benfica é a melhor equipa do nosso campeonato", salientou.
Esta foi a prova de que, para o líder do campeonato ao fim de seis jornadas, não há adversários imbatíveis. "Mostrámos que, por vezes, as melhores equipas podem cair com as que estão, teoricamente, um bocadinho mais abaixo. Não temos o mesmo orçamento, nem as mesmas condições que o Benfica, nem estamos na Champions, mas também temos qualidade e, com gente muito nova, conseguimos bater-nos com os mais fortes", realçou.
Se o triunfo sobre os encarnados foi histórico, chegar à final four de 2021/22, com Bruno Lima, que agora cumpre a sétima época à frente do Esmoriz, também foi um passo crucial no crescimento da equipa. "Na época passada também fizemos história. O nosso objetivo, para já, é ficar entre os oito primeiros e, depois, será jogo a jogo. Mas a nossa ambição é fazer melhor do que na época passada e, se possível, disputar a final do campeonato nacional", rematou.
Um "baixinho" que adora dar "porrada" na bola
Rafael Santos diz, com piada, que não sabe quanto salta em momentos de ataque. "Uma das minhas principais motivações é ser baixinho [tem 1,85 metros]. As pessoas "pintam" a altura como uma coisa fundamental; pelo facto de sermos baixos não somos menos do que os outros", refere. "Não é por ser baixo que temos algum défice no ataque, mas precisamos de habilidade e salto. E tenho essa coisa boa. O salto ajuda-me, vou para lá, dou porrada na bola e seja o que Deus quiser", explica o jogador, que no último verão teve convites de outros clubes.
"Não saí por opção. O Esmoriz é uma boa casa para continuar a evoluir, tem condições e é uma boa família. Foi bom ficar mais um ano. Na próxima época logo se vê. O meu objetivo é ir jogar para o estrangeiro, mas tudo dependerá das propostas que aparecerem", garantiu.