Wilfried Happio ganhou os 400 metros barreiras dos Nacionais de França e garantiu vaga nos Mundiais. E fê-lo com o olho esquerdo tapado
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Wilfried Happio é um nome que pouco dirá a quem não segue o atletismo internacional de forma profunda. No sábado, o francês voltou a fazer aquilo que sabe fazer melhor, vencer uma prova de 400 metros barreiras. Foi nos campeonatos nacionais de França, em que juntou um novo recorde pessoal (48,57s) ao apuramento para os Mundiais, em Eugene (EUA)
Claro que nada disto seria notícia fora das fronteiras gaulesas se não fosse pelos instantes que antecederam a prova e que só ontem foram conhecidos: o atleta de 23 anos, campeão europeu sub-20 e sub-23, foi agredido enquanto fazia o aquecimento para a corrida (numa zona proibida ao público) e, como se isso não fosse bastante, correu com o olho esquerdo vendado em resultado da agressão.
Terá sido um caso passional a razão para um desconhecido ter entrado na zona de aquecimento dos atletas e agredido Happio num olho. Presideete da federação fez declarações polémicas
Segundo o seu treinador, o autor foi um sujeito vindo "do nada", 20 minutos antes da final e que o atingiu no olho.Na origem deste incidente, que se deu num estádio anexo ao da competição e que deveria estar vedado a estranhos, estarão questões passionais, como adiantou a imprensa francesa, que referiu mesmo a detenção de um indivíduo por parte da polícia, alegadamente irmão de uma amiga de Happio.
Depois da prova, Wilfried Happio deslocou-se ao hospital e ontem apresentou queixa, tal como a federação francesa de atletismo (FFA), cujo presidente se referiu também ontem ao caso, ajudando a amplificar a confusão o caso ao enjeitar qualquer responsabilidade. "A segurança estava garantida, tal como em todas as provas. Houve um acontecimento lamentável e saberemos tirar as devidas consequências, mas não foi culpa da federação", começou por dizer André Giraud, fazendo uma comparação: "Vivemos numa sociedade particular, diria que todos os dias, todos os fins de semana, nos campos de futebol há agressões piores do que esta".
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