Vettel deixa a Ferrari: as palavras do piloto, do patrão e o agradecimento de Leclerc
Equipa italiana anunciou esta terça-feira a saída do piloto alemão.
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O alemão Sebastian Vettel vai deixar a Ferrari no final da temporada, anunciou a equipa italiana de Fórmula 1, que não especificou o nome do sucessor.
"Foi uma decisão que foi tomada de comum acordo entre nós e o Sebastian. As duas partes consideraram que era para bem de todos. Não foi uma decisão fácil de tomar dado o valor do Sebastian como piloto e como pessoa", disse o patrão da Ferrari, Mattia Binotto, citado no comunicado de imprensa.
Sebastian Vettel, de 32 anos, chegou à Ferrari em 2015 para suceder ao espanhol Fernando Alonso, com a missão de reconquistar um título que escapa à equipa do "cavalinho rampante" desde 2007, quando o finlandês Kimi Räikkonen se sagrou campeão do mundo. O último cetro de construtores remonta a 2008.
Na conta oficial no Twitter, o alemão afirmou que "as questões financeiras não influenciaram esta decisão conjunta", acrescentando que o seu objetivo imediato passa por "concluir a carreira na Ferrari, na esperança de compartilhar bonitos momentos juntos, para juntar aos do passado".
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Vettel conquistou quatro títulos de campeão mundial de F1 ao volante de um monolugar da Red Bull, em 2010, 2011, 2012 e 2013, conquistando 53 vitórias em Grandes Prémios e apenas 14 na Ferrari.
Binotto salientou que Vettel "já faz parte da história da escuderia, com 14 grandes prémios conquistados, é o terceiro piloto mais bem-sucedido da equipa e também o que mais acumulou pontos".
"Nestes cinco anos, terminou três vezes entre os três primeiros do campeonato, contribuindo significativamente para a presença constante da equipa nos três primeiros da classificação dos construtores", refere.
"Em nome da Ferrari, quero agradecer a Sebastian o seu profissionalismo e qualidades humanas durante estes cinco anos, nos quais compartilhámos tantos grandes momentos. Ainda não conseguimos conquistar um título mundial juntos, o que seria o quinto para ele, mas acreditamos que ainda podemos aproveitar ao máximo esta temporada incomum de 2020", conclui Binotto.
Ainda no Twitter, o piloto alemão acrescentou: "A Ferrari ocupa um lugar especial na Fórmula 1 e espero que tenha todo o sucesso que merece. Por isso, quero agradecer a toda a família Ferrari e, acima de tudo, aos seus apoiantes em todo o mundo pelo apoio que me deram ao longo dos anos".
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"A equipa e eu percebemos que não existe um desejo comum de permanecer juntos além do final desta temporada e os assuntos financeiros não tiveram nenhum peso nesta decisão conjunta. Não acho que seja assim que se tomam certas decisões e nunca será", escreveu Vettel.
Na temporada passada ocorreram momentos de tensão entre o alemão e o monegasco Charles Leclerc, que venceu duas corridas, contra uma de Vettel, que não foi além do quinto lugar no Mundial, um lugar abaixo do companheiro de equipa, que, em dezembro, renovou contrato com a Ferrari até 2024.
"Foi uma honra incrível ter sido teu companheiro de equipa. Tivemos alguns momentos de tensão na pista. Alguns muito bons e outros que não terminaram como nenhum de nós queria, mas houve sempre respeito, mesmo que não fosse percebido por quem estava de fora. Nunca aprendi tanto como contigo como companheiro de equipa. Obrigado por tudo Seb", escreveu Leclerc, na sua conta no Twitter.
A edição de 2020 do Mundial de Fórmula 1 ainda não iniciou, devido à pandemia de covid-19, estando prevista a inauguração do "circo" em 05 de julho, sem público, na Áustria, com o primeiro de 12 Grandes Prémios de uma temporada encurtada devido ao novo coronavírus.