Valentin Vacherot vencedor em Xangai: "Nem sequer percebo o que estou aqui a fazer..."
Tornou-se o tenista menos bem classificado no ranking ATP a vencer um Masters 1000
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O monegasco Valentin Vacherot (204.º do mundo) tornou-se este domingo o tenista menos bem classificado no ranking ATP a vencer um Masters 1000, depois de bater na final de Xangai o francês Arthur Rinderknech (54.º).
Vacherot, que subirá a 40.º do mundo na atualização do ranking, venceu a final de hoje em três "sets", por 4-6, 6-3 e 6-2, ao fim de duas horas e 12 minutos, de um jogo em que o ex-tenista suíço Roger Federer esteve nas bancadas.
A vitória em Xangai, a primeira da sua carreira, dá a Vacherot também o estatuto de ser o primeiro monegasco a conquistar um torneio do circuito ATP, além de ser o menos bem cotado a triunfar num Masters 1000.
O tenista com menor ranking que o tinha conseguido fazer foi o croata Borna Coric, que em 2022 venceu em Cincinnati quando era 152.º na hierarquia ATP.
Desde a qualificação, fase do quadro em que entrou e disputou dois encontros, até à final o monegasco venceu nove embates, um dos quais diante do sérvio Novak Djokovic, que debilitado fisicamente não resistiu nas meias-finais.
A final de Xangai fica marcada pela história que se escreveu, como primeiro monegasco, como o mais baixo do ranking, mas também por Vacherot ter defrontado o amigo e primo Arthur Rinderknech, numa final entre família e na qual ambos procuravam um primeiro título.
"Foi um dia um pouco invulgar. Era uma final, e era o Arthur do outro lado do campo. Não foi fácil de gerir. Mas acho que ambos entrámos em court com a intenção de vencer o adversário. É isso que os profissionais fazem. Ele jogou melhor do que eu durante algum tempo, e estou muito feliz por ter conseguido virar o jogo", comentou já na conferência de imprensa Vacherot.
O monegasco ainda teve tempo de brincar e dizer que nem sabia o que estava a fazer na conferência, dando ênfase ao sonho de conquistar um Masters 1000.
"Nem sequer percebo o que estou aqui a fazer [na conferência de imprensa]. Acho que me vai começar a cair a ficha nos próximos dias. Agora, só quero aproveitar o momento. Houve muita emoção com o Arthur. É um momento verdadeiramente único para ambos, para a nossa família. A história que escrevemos é excecional, na minha opinião", referiu.
O tenista acrescentou ter vivido uma semana incrível, em que pôde defrontar Novak Djokovic, que eliminou nas meias-finais, e ter ainda Roger Federer a assistir à final.
No final, deixou uma palavra para o principado, de onde é natural e para a pequena federação da qual faz parte.
"Conseguir isto pelo meu país é incrível. Penso na nossa pequena federação, no nosso pequeno país, um dos mais pequenos do mundo. Não temos muitos jogadores profissionais. Mal posso esperar para ver os vídeos, especialmente os do Monte-Carlo Country Club. Sei que tinham planeado assistir à final. É domingo e ninguém está a trabalhar, por isso foi provavelmente o dia em que mais pessoas estavam disponíveis para assistir. (...) O que conquistámos pelo Mónaco é difícil de acreditar. Deixámos os monegascos orgulhosos e espero continuar assim", finalizou.