João Almeida é uma das maiores promessas do ciclismo português.
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João Almeida está a viver um sonho na Deceuninck-QuickStep e, após uma estreia nervosa na Austrália, revela uma ilusão especial por ir representar uma equipa "fora da caixa", a partir desta quarta-feira, na Volta ao Algarve em bicicleta.
Aos 21 anos, o jovem das Caldas da Rainha está a viver o sonho de uma vida e não o esconde, com a palavra a aparecer reiteradamente no seu discurso, quer seja para explicar que nem hesitou quando a Deceuninck-QuickStep lhe ofereceu um contrato, quer seja para mencionar o quão "gratificante" é integrar aquela que é a melhor formação mundial -- assim o asseveram as 68 vitórias conquistadas em 2019 e a liderança do ranking no final das últimas duas épocas.
"É uma equipa que pensa fora da caixa, por assim dizer. Estar numa equipa destas, é começar uma carreira com o pé direito. Estar aqui é logo meio caminho andado", avaliou João Almeida, em declarações à agência Lusa.
Confessando-se "realizado", o campeão nacional de fundo e de contrarrelógio de sub-23 elogia o espírito e o ambiente que encontrou na formação belga. "Na minha opinião, não há melhor sítio para se estar", sustentou o jovem português, que não chegou a envergar as camisolas conquistadas em finais de junho, uma vez que, desde então, competiu apenas em provas da categoria profissional.
Esta quarta-feira, João Almeida vai escrever uma nova página na sua ainda curta carreira no ciclismo profissional, alinhando pela primeira vez na Volta ao Algarve, praticamente um mês depois de ter feito a sua estreia oficial como corredor do WorldTour, no Tour Down Under.
"Na primeira corrida, estava bastante nervoso, era a minha estreia, mas até me safei bem. Agora, já não há nervosismo, é só trabalho. Claro que eu já tinha bastante experiência, na [Hagens Berman] Axeon fazíamos corridas muito boas, aprendi muito lá, mas sinto que há outra responsabilidade, há outro nível. Sinto bastante isso. Faz parte e é crescer", afirmou.
Apesar de garantir que está na 46.ª edição da Algarvia para trabalhar em prol da equipa, e sem nenhum objetivo que não ajudar os seus colegas, o jovem luso assumiu que a presença na prova portuguesa é particularmente especial. "Correr no nosso país tem outro sabor e a Volta ao Algarve tem bastante prestígio. Todos gostam de vir aqui correr. E eu poder correr aqui, pela Deceuninck-QuickStep, tem outro significado. A minha família vem toda ver-me, os amigos... todos os que puderem vir ver-me virão", revelou.
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Quase dois anos após se ter tornado no primeiro (e único) português a vencer a corrida de sub-23 da clássica Liège-Bastogne-Liège, João Almeida segue, com o 'salto' para o WorldTour, os passos de outros portugueses, que deram nas vistas no pelotão internacional, uma responsabilidade a que não é alheio.
"Não há muitos ciclistas portugueses no pelotão internacional e [quero correr] mais para dignificar a nossa bandeira", indicou.
A 46.ª Volta ao Algarve arranca hoje em Portimão e termina no domingo com um contrarrelógio nas ruas de Lagoa.