
Manel Kape
Português teve a "Performance da noite" em Las Vegas, passou a ter históricos 14 KO e agradeceu à sua cidade, Rio Tinto
Manel Kape confirmou no UFC Vegas 112 que atravessa o melhor momento da sua carreira. No combate principal da noite, o luso-angolano venceu de forma categórica Brandon Royval, então número dois do ranking mundial dos pesos-mosca, aplicando um nocaute no primeiro round, fruto de um gancho de direita fulminante após uma rápida mudança de guarda para canhoto. Foi uma vitória expressiva, que lhe valeu o bónus de "Performance da Noite".
Desde o início do combate, Kape revelou leitura táctica, mobilidade e precisão. A alternância de bases desconcertou Royval e abriu espaço para o golpe decisivo, que encerrou o combate em poucos minutos e deixou uma marca clara na divisão. O triunfo não só reforça o seu estatuto entre a elite do peso-mosca, como deverá provocar uma subida significativa no ranking, passando da sexta posição para um provável segundo lugar.
Com este desfecho, Kape alcançou também um marco histórico: empatou o recorde de mais nocautes na história da divisão dos pesos-mosca do UFC, igualando Joseph Benavidez, referência incontornável da categoria. Um dado que sublinha a eficácia e o poder de finalização do português num peso tradicionalmente menos associado a KO"s.
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Na entrevista ainda dentro do octógono, Kape fez questão de sublinhar as suas origens, dirigindo um agradecimento sentido a Rio Tinto, cidade onde cresceu e que continua a ser parte essencial da sua identidade.
Mais tarde, na conferência de imprensa, o discurso foi claro e ambicioso. Kape afirmou que sempre se viu como "candidato ao topo" da divisão e que, após várias fases condicionadas por lesões e oportunidades adiadas, considera ter agora imposto um argumento irrefutável "para disputar o cinturão". Com o campeão Joshua Van ainda sem combate anunciado, o português é o nome lógico para o próximo desafio.
Confiante nas suas capacidades, Kape assegurou sentir-se confortável tanto em lutas longas como em desfechos rápidos, frisando que a sua evolução lhe permite controlar o ritmo e decidir quando acelerar. Para o lutador de 33 anos, o nocaute sobre Royval representa mais do que uma vitória: é uma declaração de intenções.
Num momento em que a divisão dos pesos-mosca vive elevada competitividade, Manel Kape colocou-se no centro da discussão. Pelo impacto do resultado, pelo peso do adversário e pelo significado histórico do feito, o português deixou claro que o caminho para o ouro passa, inevitavelmente, por ele.


