Esgrimista Olga Kharlan conquistou a primeira medalha da Ucrânia nos Jogos Olímpicos de Paris
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Olga Kharlan conquistou na segunda-feira a primeira medalha da Ucrânia nos Jogos Olímpicos Paris’2024, vencendo o bronze ao derrotar a sul-coreana Choi Se-bin (15-14) na competição feminina de esgrima.
Após ter vencido a sua quinta medalha olímpica – ganhou uma de ouro em Pequim’2008, uma de prata e bronze no Rio’2016 e uma de bronze em Londres’2012 - a esgrimista ucraniana, que chegou a ser sancionada no passado por se recusar a cumprimentar uma adversária russa, não hesitou em dedicar este novo sucesso aos atletas do seu país que morreram desde o início da guerra.
“Isto é infinitamente especial para mim. Isto vai para os desportistas do meu país que não podem estar aqui porque a Rússia os assassinou. E também para todos os desportistas que estão aqui a representar a Ucrânia. Não sabem o quão difícil é prepararmo-nos e concentrarmo-nos na competição quando estamos em casa a ser atacados todos os dias”, começou por dizer.
“Se é a medalha mais importante da minha carreira? É totalmente diferente. É especial porque é para o meu país, para a minha família, para todos os desportistas que foram para a guerra, para os ucranianos que estão na primeira linha de fogo e para as minhas miúdas, que são incríveis. Esta é uma mensagem para toda a Ucrânia e para todo o mundo. Sou ucraniana, o meu sangue é ucraniano e quero dizer que os ucranianos nunca se rendem. Não nos rendemos”, vincou, num discurso potente e claramente dirigido ao regime de Vladimir Putin.
“Não sei se serão os meus últimos Jogos, mas creio que pararei um tempo depois de Paris. Serão os meus quintos e quero envelhecer, formar uma família e ter também uma vida diferente. Para além disso, também quero mais tempo para estar em casa, temos trabalho a fazer”, comentou ainda Kharlan, de 33 anos, ao jornal AS.
De acordo com dados do governo da Ucrânia, mais de 400 atletas e treinadores já foram mortos desde o início da invasão da Rússia ao país, em 2022.