UAE Emirates oferece contrato histórico a Pogacar: oito milhões de euros anuais
Domínio no Giro permite distribuir 48 mil euros por cada um dos colegas e a UAE Emirates já negoceia uma renovação por valores históricos com o esloveno. Os prémios totalizados pela UAE Emirates em Itália foram apenas os quartos mais altos na história da equipa e pouco significativos para o que espera o líder mundial.
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Tadej Pogacar está a cumprir a sexta época na UAE Emirates, com a qual tem contrato até 2027, mas o domínio que exerceu na Volta a Itália e a expectativa de em julho lhe somar o triunfo no Tour - e depois ainda tentar o Mundial, em busca de uma “Triple Crown” só conseguida por Eddy Merckx e Stephen Roche - podem levá-lo a renovar por valores até há pouco inimagináveis no ciclismo: segundo a “Gazzetta dello Sport”, os responsáveis da equipa viajaram ontem para os Emirados, procurando o aval para uma extensão até 2030, por oito milhões de euros anuais. Perante isto, os 414 mil euros que recebeu em prémios no Giro são uma insignificância.
Os prémios monetários do organizador raramente são significativos para o próprio vencedor, que os reparte com os sete colegas e reserva uma nona fatia para massagistas e mecânicos. Tornam-se importantes, isso sim, para quem ajuda estrelas como Pogacar, pois para Rui Oliveira e a maioria dos colegas os 48 mil euros - resultantes do bolo total de 432 509€ da UAE Emirates, quase todo angariado por “Pogi” - são o maior prémio da carreira. Aliás, entre os corredores portugueses só Rui Costa recebeu mais numa Grande Volta, pois ajudou Pogacar a vencer o Tour de 2021, que rendeu 68 842€ a cada elemento da UAE Emirates (619 580€ no total). Como Giro e Vuelta pagam menos do que a corrida francesa, foi no Tour de 2022 que se deu o maior prémio a uma equipa, os 779 750€ ganhos pela Jumbo-Visma de Jonas Vingegaard.
Para os líderes, como Vingegaard e Pogacar, os salários são sempre mais significativos e na maioria dos casos incluem prémios por objetivos. O esloveno líder mundial já possui o melhor contrato da história, de seis milhões de euros anuais - superando os antigos cinco milhões de Chris Froome na Sky/Ineos e os atuais quatro de Vingegaard na Visma - e a confirmar-se a renovação esta será histórica tanto pelos valores como pela duração.
Pogacar, que chegou à UAE Emirates em 2019, com 21 anos, nunca representou outra equipa ao mais alto nível e pretenderá, conforme revelou há semanas o seu empresário, Alex Carera, ter um vínculo “vitalício”. A UAE Emirates, que já tem o mexicano Isaac del Toro “preso” até 2029, agradece.
Rui Oliveira: “Ele é simplesmente o melhor”
“Pogi é simplesmente o melhor do mundo e foi incrível fazer parte da história e da equipa que venceu uma Grande Volta”, comentou Rui Oliveira, gaiense de 27 anos que correu o Giro pela segunda vez e já esteve em três Vueltas, mas nunca com triunfos à geral. O mais explosivo dos gémeos da UAE Emirates lembrou que “a contribuição de todos foi importante” e destacou “o ambiente na equipa, que foi sempre fantástico, dos melhores grupos que já tivemos”.