Treinadora resistiu a soterro prolongado na Ucrânia: "Rezei a todos os deuses..."
Ayuna Morozova, voluntária social na sequência da invasão das tropas russas, esteve em sério risco de vida por causa de um ataque violento com o objetivo de destruição
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À medida que a agressão bélica da Rússia em território da Ucrânia se prolonga, multiplicam-se os relatos dramáticos e aterrorizadores originados por explosões.
Ayuna Morozova foi (mais uma) vítima de um bombardeamento russo. A treinadora ucraniana de natação, voluntária no apoio a militares compatriotas, esteve soterrada durante duas horas sob escombros de um edifício atacado até ser resgatada.
"Estava no primeiro piso de um edifício onde trabalhava como voluntária a servir comida aos soldados. Estive debaixo dos escombros durante duas horas e rezei a todos os deuses, em todos os idiomas que conheço. Não conseguia mexer-me e só gritava, a pensar que ia morrer enterrada viva", relatou Morozova, numa rede social.
Porém, o medo e o desespero sentidos não levarão a melhor sobre a perseverança. A treinadora de natação, que ficou com o rosto parcialmente ferido, garantiu que continuará a desempenhar o papel de voluntária na alimentação das tropas.
"Continuarei a fazê-lo. Não posso ficar sem fazer nada. Este é o meu país, onde planeio chegar a Ministra da Juventude e do Desporto", explicou Ayuna Morozova, descrita como "pessoa pacífica e muito ativa no desporto" pelo presidente da Federação ucraniana de natação, Andrii Vlashkov.
Ayuna Morozova decidiu dedicar-se ao voluntariado junto das tropas ucranianas após desistir de tentar chegar à fronteira do país sob agressão russa, dada a ocupação inimiga e assoberbamento de civis em transportes públicos.