Tiago Leal tem 24 anos, é de Paredes, e somou em Armamar, na terceira etapa do Grande Prémio Douro Internacional, o maior triunfo da sua carreira. Uma proeza heróica, pois a Rádio Popular-Boavista ficou desfalcada devido a doença e Leal trabalhou imenso até só ficarem... ele o colega Francisco Peñuela na frente.
Corpo do artigo
Boavisteiros apreensivos à partida: “Acordamos com más notícias, as de que o César Fonte e o Raúl Rota tinham passado mal a noite, devido ao vírus que anda pela equipa e já apanhou também alguns elementos do staff. O Hélder Gonçalves já tinha desistido no primeiro dia. Tendo uma equipa defender a amarela com quatro corredores, um deles muito jovem, era difícil conseguir um bom resultado. Estávamos apreensivos, até receosos, tal como o professor. Mas ele acreditou sempre em nós e por isso a vitória é para ele. Apesar de estar há tantos anos no ciclismo, continua a dar muito. A vitória é também para o staff e para os que desistiram”.
Líder da montanha: “Hoje não pensei na montanha, só queria ajudar o Francisco. Na última subida ajudei ao máximo e ainda tive forças para finalizar. Apesar das más notícias iniciais, foi um dia perfeito”.
Da etapa dura ao triunfo: “O dia foi bastante duro. A Efapel e a Sabgal tornaram a etapa complicada e houve muitos ataques. A meio da etapa, e como o Hugo Nunes teve problemas mecânicos, estava eu e o Peñuela a tentar responder. Passamos um pouco mal. Na subida, sabíamos que a Sabgal ia endurecer a corrida e tentei meter um ritmo certo nos primeiros quilómetros. Quando atacou o Mathias Bregnhoj tentei fechar o espaço e quando o apanhei arrancou o Artem Nych. O Peñuela foi sempre com ele e engatei no grupo com os ciclistas do Louletano. No final, e já juntos, passei para a frente, a ajudar o Peñuela, e quando olhei para trás percebi que éramos só os dois. Ganhei a etapa e ele reforçou a amarela.”
Surpresa pela vitória: “Se me dissessem no início ou a meio, nunca acreditaria que ia ganhar. Pensei que ia ser um dia negativo para a nossa equipa. Fomos resilientes e acabamos da melhor maneira. A última etapa... veremos. Chegar de amarela até aqui já é uma vitória para nós.”
Melhor momento da carreira: “Só tinha uma vitória, no Troféu Ribeiro da Silva, especial por ser a primeira e perto de casa, mas esta, numa chegada ao alto e com tudo o que nos tem acontecido, é realmente especial. Nunca a esquecerei.”