“Caso de doping cada vez mais confuso”, escreviam ontem na Alemanha, provando que a tentativa da IHF de apagar a polémica não resultou. Central pode solicitar um adiamento da suspensão
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Miguel Martins, central do Aalborg, continua em Oslo, na Noruega, mas suspenso provisoriamente e afastado da Seleção Nacional, que joga hoje com o Brasil, por ter um controlo antidoping positivo por testosterona exógena, durante o Europeu de 2024. A substância detetada foi revelada pela Agência Internacional de Testagem (ITA), organismo independente que trabalha para a Federação Internacional de Andebol (IHF), e que acrescentou, num caso cada vez mais estranho, ter “o atleta o direito de contestar a suspensão provisória e pedir o seu levantamento”. Se Martins o fizer e a pretensão for aceite, é possível que ainda jogue no atual Mundial.
As informações reveladas pela IHF, sendo pouco comuns, teriam como objetivo eliminar uma polémica denunciada por órgãos de informação alemães e dinamarqueses. Mas sem grandes resultados.
Ontem, o “Handball-World” foi mais longe e fez uma pergunta direta a Hans Holdhaus, chefe da unidade antidoping da Federação Europeia de Andebol (EHF), que testou Martins a 13 de janeiro do ano passado, após o Portugal-Chéquia que organizava. “A amostra que temos dele é do Campeonato Europeu, e deu negativo”, disse o responsável. Ninguém entende, perante isto, porque decidiu a ITA analisar de novo a mesma amostra - de um campeonato que não estava sob a sua alçada -, em março, encontrando então a testosterona. Assim como ninguém respondeu à notícia do “Bild”, que escreveu ter a ITA analisado uma amostra recolhida em Manheim, quando Martins tinha jogado por Portugal em Munique...
O único ponto polémico que teve resposta por parte da ITA foi a espera de quase um ano até notificar o jogador e a Federação de Andebol de Portugal: a urina foi submetida a análises adicionais, para garantir que era exógena e não gerada pelo organismo do atleta, e “este método pode ser conduzido por laboratórios acreditados pela AMA meses após a recolha da amostra e da sua análise inicial”, lê-se no comunicado da IHF, que espera agora o resultado da contra-análise pedida por Martins. “Se confirmar o resultado anterior, o caso será uma violação das regras antidoping e o atleta terá uma oportunidade para explicar o resultado”, completa o organismo.