Celebrar título mundial de canoagem antes da meta só possível com "muito trabalho"
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Os canoístas Gustavo Gonçalves e Pedro Casinha garantiram este domingo que o título de campeões do Mundo sub-23 em K2 500 metros, celebrado com o público metros antes de ser consumado, só foi possível com “muito trabalho”.
“O arranque sempre foi o nosso forte no K2, o que nos ia deixar numa posição mais confortável do início ao fim. A partir daí foi manter a cabeça fria, fazer o trabalho e a prova da maneira que sempre fazemos e treinámos com o nosso treinador e, ao final, nos últimos metros, é dar tudo o que tínhamos”, explicou Pedro Casinha, em declarações à Lusa.
Em Montemor-o-Velho, os dois lusos comandaram do primeiro ao derradeiro centímetro, concluindo o seu desempenho em 1.33,12 minutos, superando os italianos Francesco Lanciotti e Nicolo Volo, por 89 centésimos de segundo, e os eslovenos Matevz Manfreda e Anze Pikon, por 1,01 segundos.
O canoísta do Benfica explicou o porquê dos festejos de ambos com o entusiasta público, ainda alguns metros antes de cortar a meta, só possível com a vantagem entretanto adquirida.
“Foi aproveitar que estamos a jogar em casa para podermos celebrar, não só com as nossas famílias, mas com o público e toda a equipa que nos acompanhou durante esta prova”, disse o estudante de Engenharia Biomédica na Universidade Nova de Lisboa.
Gustavo Gonçalves, a terminar licenciatura em Desporto, revelou que a dupla cumpriu com o plano “muito estudado” com o treinador Rui Fernandes, com prova "rotinada no corpo e na cabeça", pelo que “o que se viu em Montemor-o-Velho foi apenas o reflexo do que é feito diariamente, durante anos”.
“O nosso segredo é que somos os dois muito ambiciosos, perfeccionistas. Gostamos de trabalhar, de sofrer no bom sentido. E tentamos sempre procurar a mínima coisa que nos leve ao sucesso, completou o gondomarense do CN Marecos.
Pedro Casinha e Gustavo Gonçalves garantiram o terceiro pódio de Portugal em Montemor-o-Velho, depois do benfiquista ter sido bronze em K1 200 metros e de Beatriz Fernandes ter sido vice-campeã do Mundo sub-23 em C1 500 metros.
O treinador Rui Fernandes quase esmagou os seus pupilos nos abraços das celebrações, elogiando “dois grandes trabalhadores, disciplinados, com uma vontade enorme de crescer e de vencer”.
“Não vou mentir, não estava nervoso, mas um pouco ansioso e confiante que vencessem. Desde a eliminatória, tinham demonstrado capacidade para, pelo menos, levar uma medalha e sabíamos que podíamos chegar a ouro. Foram sensacionais, lideraram desde a primeira até à última pagaiada”, elogiou.
Entre 20 e 24 de agosto, Pedro Casinha e Gustavo Gonçalves vão juntar-se aos olímpicos João Ribeiro e Messias Baptista nos Mundiais absolutos de Milão, no K4 500 metros que em junho foi campeão da Europa na República Checa.