Declarações após o jogo Benfica-FC Porto (83-76), terceiro da final dos play-offs do campeonato português de basquetebol, realizado esta segunda-feira, no Pavilhão Fidelidade, em Lisboa
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Norberto Alves (treinador do Benfica): “As equipas que treino ganham, eu só faço parte delas. Tento dar o meu melhor, não penso que tenha um jeito particular para isto. Sei construir o compromisso ao longo do ano. O fundamental é toda a gente perceber o compromisso que temos de ter uns com os outros para poder ganhar.
Começámos a época a perder dois jogos aqui em casa com a Oliveirense e pouco depois perdemos no Dragão por 18 pontos. O talento individual ofensivo do FC Porto é impressionante e a única forma de ganhar o campeonato é a defender nos grandes momentos.
Até ao jogo de hoje, o Benfica tinha 16 vitórias consecutivas e nos play-offs sofria em média 62 pontos por jogo. O talento manifesta-se na questão ofensiva. Para defender desta maneira, tem a ver com o compromisso total da equipa com o clube e objetivos. O FC Porto jogou muito bem e os seus jogadores têm enorme qualidade.
Temos uma péssima cultura desportiva. Quando alguém ganha, são heróis. Quem perde, são os culpados. Não há culpados. São as duas melhores equipas do campeonato. O FC Porto fez uma fase regular fantástica, em primeiro lugar, e fez uma prova europeia que deve orgulhar o basquetebol português. Têm uma grande equipa, grandes jogadores e grande treinador. Eles obrigaram-nos a sermos os melhores e a atingir os nossos limites. Parece que por ter sido 3-0 foi fácil, mas não foi nada fácil.
Não me preocupo muito com o que ganhei. Eu treino pelo gozo e o desafio que me dá. Ganhámos a Supertaça, Taça da Hugo dos Santos e campeonato. O FC Porto ganhou com mérito a Taça de Portugal. É pelo gozo que aqui estou. As medalhas já não são muito significativas.
Quem diz mal do basquetebol português, tem de ter saúde e muita força nas pernas para, em pé, contemplar a continuidade do nosso sucesso.
Há uma geração mais nova que pode ter um papel decisivo a mudar a cultura desportiva. Os exemplos são decisivos e é bom haver novos dirigentes nos grandes clubes com passado desportivo e que sabem estar. Quando se joga, parece que é uma batalha. Não é nada disso. Se não tivéssemos vencido, o orgulho era igual. Gostava de estar num palco muito bonito para poder assistir a essa nova dinâmica. E um grande palco não tenho dúvidas que é o Sport Lisboa e Benfica.”