"Temos de estar no limite durante os 40 minutos, não chega estar durante 10 ou 30"
Declarações no final do encontro Turquia-Portugal (95-54), da terceira jornada do Grupo A do Campeonato da Europa de basquetebol de 2025, disputado este sábado na Xiaomi Arena, em Riga, na Letónia
Corpo do artigo
Nuno Manarte (treinador adjunto de Portugal): "(Porque é que Portugal não conseguiu competir?) Nem sempre há respostas claras, muito menos logo a seguir ao jogo e sem avaliar aquilo que aconteceu através do vídeo. Mas, a verdade é que esta é uma equipa de grande nível. Ontem [sexta-feira] também era, a Sérvia, é verdade. E parece que a ideia de nós não conseguirmos, nem ofensivamente, nem defensivamente, igualar o nível físico a que os turcos se apresentaram, criou-nos muita frustração também. Acho que, de alguma forma, estes últimos jogos têm-nos dado a referência, e eu acho que essa é provavelmente a nossa realidade, de que podemos estar ao mais alto nível e competir ao mais alto nível. Mas, também temos que entender que, para que isso aconteça, temos de estar no limite durante os 40 minutos. Não chega estar durante 10, durante 30, a este nível, não chega. Portanto, e esta também é uma aprendizagem para nós, para sabemos que competir um dia ou estar no limite um dia não chega. Temos de estar todos os dias, todos os jogos, até ao final desta competição, senão podemos ser castigados desta forma, porque as equipas têm um nível muito grande. E esta é uma realidade que nós nos deparamos, sabemos que isso é verdade, mas, às vezes, temos como adquirido que, por competir ontem [sexta-feira] com a Sérvia, tínhamos obrigação ou tínhamos condições para competir hoje com a Turquia, e, realmente, para isso acontecer, temos de estar no limite a cada momento. Esta equipa sempre teve capacidade de reação, mas eu acho que é isso que todos esperamos, conseguir reagir a este momento e acho que vamos dar um passo em frente no próximo jogo”.
Miguel Queiroz (capitão de Portugal): “(Se a derrota pode ter alguma consequência?) Não pode ter, não pode ter. Passados três jogos, estamos mais perto do nosso objetivo do que estávamos quando começámos o campeonato da Europa, e é nisso que temos de nos focar. Principalmente em competições que são muito rápidas, em competições de uma semana, temos de esquecer rapidamente e voltar a levantar a cabeça e a sermos aquilo que nós fomos nos dois jogos passados. As outras equipas podem ter dias maus e, mesmo assim, competir. A Sérvia, ontem [sexta-feira] não teve o melhor dia, mas, mesmo assim, competiu e ganhou. Nós não nos podemos permitir isso. Temos de estar sempre no limite em cada poste de bola, em cada jogada, os 40 minutos. 38 não chega, porque tens dois minutos maus contra este tipo de equipas e levas um parcial de 9 ou 10 a zero num minuto. Nós já sabemos isso. Tentámos competir hoje, mas nunca conseguimos, realmente, em nenhum momento, estar dentro do jogo. Mas, é uma pedra por cima do assunto. O jogo para nós é passado. Tenho muito orgulho neste grupo e no que nós temos vindo a fazer. Este é o nosso lugar e vamos mostrar isso quando nos qualificarmos para a fase seguinte. (A questão física) Foi para nós e foi para eles, a verdade é essa. Temos umas horas a menos de descanso, mas acho que não foi por isso. Mas, a Turquia é uma equipa muito física. São muito duros, vão ao ressalto, estão sempre a castigar. Nunca conseguimos equiparar o nível físico, o que nos trouxe frustração”.