"Talvez me matem, talvez eu tenha de matar. Que posso dizer? A guerra é isto"
Alexandr Dolgopolov, antigo tenista ucraniano, luta pelo país na guerra contra a Rússia.
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O antigo tenista ucraniano Alexandr Dolgopolov continua a combater pelo seu país na guerra contra a Rússia. Em entrevista à Sports Illustrated, Dolgopolov falou sobre os momentos que se vivem naquele país e voltou a pedir uma posição mais forte dos tenistas russos.
"Até agora não posso dizer qual é a sensação de ser atingido. Talvez me matem. Talvez eu tenha de matar. Que posso dizer? A guerra é isto", começou por dizer o antigo tenista ucraniano.
"Sei que os jogadores russos disseram: "Não à guerra". Mas não é uma posição suficientemente forte para mim, neste momento. Se o mundo do ténis quer que continuem a jogar, deveriam condenar publicamente o seu governo por cometer ações incorretas. Não é uma guerra entre exércitos. Podes ver centenas de vídeos de militares russos a matar pessoas com as mãos no ar ou dentro dos carros. Está a converter-se num genocídio de toda uma nação. Por isso, não podes dizer: "Estou contra a guerra". Todos estamos contra a guerra. Obviamente, estamos contra a guerra. Isto diz-se em todas as partes do mundo, sempre, mas quando chega a uma magnitude como esta, tem de se tomar uma posição mais forte e condenar o que o governo e o exército russos estão a fazer", acrescentou.
Dolgopolov acredita que apenas o povo russo pode parar Putin, embora considere complicado que tal aconteça. "É a única forma de parar Putin. Mas, pelo que estamos a ver, tem um nível de aceitação incrivelmente alto. Algo como 70 por cento. Os russos pensam que a guerra na Ucrânia não os afetará. Isto é uma loucura. Estão submetidos a uma lavagem cerebral com propaganda. Se se toma uma posição mais forte no desporto, com as pessoas ricas, os oligarcas, todos os russos deveriam ver que algo está mal", concluiu.
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