Esloveno conseguiu, com o triunfo em Zurique, dois feitos históricos em simultâneo
Corpo do artigo
O triunfo de Tadej Pogacar em Zurique vai entrar para a história do ciclismo por dois motivos diferentes: cumpriu o seu ambicioso objetivo de vencer Giro, Tour e Mundial no mesmo ano, a chamada “Triple Crown” do ciclismo, que só fora conseguida por Eddy Merckx e Stephen Roche, e fez ao mesmo tempo a maior fuga a solo desde 1968, terceira de sempre nas corridas masculinas.
A mítica “Triple Crown” sempre foi a meta de Pogacar, que assim igualou Merckx num dos seus maiores feitos, conseguido em 1974. Stephen Roche fê-lo em 1987, mas o irlandês graças a uma época excecional e que nunca repetiu.
Em Zurique, o líder mundial de ciclismo, fez ainda mais. O seu primeiro ataque foi a 100 km do final, algo nunca visto, para ficar sozinho a 51,7 km da meta. Só Vittorio Adorni, com 90 km em 1968, e Georges Ronsse, com 70 km em 1928, fizeram melhor, mas este último em condições especiais: apenas terminaram oito profissionais e deixou o segundo a quase 20 minutos.
O recorde mais espantoso de fugas em Mundiais é, no entanto, de Annemiek van Vleuten na corrida feminina. Em 2019, a neerlandesa fugiu a 105 km do final e nunca foi apanhada, festejando o primeiro dos seus dois títulos.
"Triple Crown" do ciclismo
Eddy Merckx (Bélgica), 1974: Tour + Giro + WC
Stephen Roche (Irlanda), 1987: Tour + Giro + WC
Tadej Pogacar (Eslovénia), 2024: Tour + Giro + WC
Maiores solos na história dos Mundiais
1968, Imola - Vittorio Adorni (Itália) – 90 km
1928, Budapeste - Georges Ronsse (Bélgica) – 70 km
2024, Zurique - Tadej Pogacar (Eslovénia) – 51,7 km
1958, Reims - Ercole Baldini (Itália) – 50 km
1953, Lugano - Fausto Coppi (Itália) – 30 km
1927, Nürburgring - Alfredo Binda (Itália) – 30 km
2022, Wollongong - Remco Evenepoel (Bélgica) – 25,8 km
2023, Glasgow - Mathieu van der Poel (Países Baixos) – 22,3 km
2021, Leuven - Julian Alaphilippe (França) – 17,4 km
1995, Duitama - Abraham Olano (Espanha) – 17 km