"Sucessão no COP? A minha obrigação é facilitar quem vier, sem tomar posição"
Constantino quer manter total isenção quanto a sucessor no COP.
Corpo do artigo
José Manuel Constantino garantiu que não fará campanha por qualquer candidato a sucedê-lo à frente do Comité Olímpico de Portugal, preferindo uma atitude de “total isenção”, exceto se alguma candidatura puser em causa os valores do olimpismo.
“[Candidato] Perfilado deve haver. Posso ter algumas suspeitas, mas não tenho nenhum candidato, nem me vou preocupar com isso. A minha preocupação é entregar o Comité melhor do que o recebi. Naturalmente, os colégios eleitorais, que são as federações, decidirão quem são as pessoas que estão em melhores condições para continuar o trabalho”, defendeu, em entrevista à agência Lusa.
José Manuel Constantino foi reeleito, em 10 de março de 2022, para um terceiro e último mandato na presidência do COP e vai comandar, juntamente com a sua equipa, os destinos olímpicos nacionais até ao primeiro trimestre de 2025, encerrando o seu percurso após ter sido feito o balanço de Paris'2024.
“A minha obrigação é facilitar quem vier, sem naturalmente tomar qualquer posição a favor ou contra esta ou aquela candidatura. Sobre essa matéria, terei uma total isenção”, assegurou.
Presidente do COP desde 26 de março de 2013, só admite entrar na campanha à sua sucessão caso “acontecesse qualquer cataclismo, em que aparecesse numa candidatura ao Comité Olímpico qualquer grupo de natureza política ou partidária que pusesse em causa os valores essenciais do olimpismo, da democracia, da igualdade, do desenvolvimento, da solidariedade”.
“Só numa situação extrema, que não estou a imaginar que possa ocorrer, é que se justificaria, porventura, alguma intervenção da minha parte. A minha vontade é sair serenamente, entregar [o COP] em condições melhores do que aquilo que recebi e desejar naturalmente a quem me suceder as melhores venturas”, completou.
A enfrentar graves problemas de saúde, que o levam a estar internado há já várias semanas, José Manuel Constantino mantém-se muito ativo na promoção do olimpismo português, algo que, confessa, o ajuda neste momento delicado.
“Agora, tenho circunstâncias muito especiais. O ter alguma atividade, por mais pequena que seja, ajuda-me não apenas a preencher o tempo, mas a sentir-me útil e a não me sentir definitivamente dispensado da possibilidade de poder cooperar, ajudar, trabalhar. Enfim, poder fazer um pouco o que tenho feito ao longo dos últimos 10 anos”, confidenciou à Lusa.