Paulo Freitas destaca o "percurso fantástico" que teve em Alvalade, mas diz que "os lugares não são eternos" e que "terminou um ciclo"
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O treinador de 54 anos, natural do Porto, conquistou quase tudo ao serviço do Sporting, que lhe deu o Prémio Stromp em 2019. Na última época caiu na final-four do campeonato, contra o Benfica - no quinto jogo, em casa, decidido após prolongamento -, e falhou a final. Em contrapartida, Paulo Freitas voltou a vencer a Taça Continental, deixando Alvalade com seis títulos, quatro internacionais.
Treinador está "grato pela oportunidade de treinar um clube fantástico", mas deixa escapar alguma mágoa em relação aos leões, pois "houve um conjunto de situações" de que não gostou.
No Sporting bateu vários recordes, conquistando o campeonato nacional 30 anos depois e a Liga Europeia 42 anos depois. Por que saiu?
-Por um motivo simples: há ciclos na vida que terminam e nós devemos estar onde nos sentimos bem, onde percebemos que somos queridos e bem acolhidos e chegou a um momento em que era necessário tomar decisões. Os lugares não são eternos. Foi um percurso fantástico num clube fantástico, que aprendi a respeitar cada vez mais. Estou muito grato por aquilo que me possibilitaram, agarrei a oportunidade, ajudei a conquistar títulos, porque um clube grande é disso que vive, mas os ciclos terminam de forma natural e isso foi entendido por ambas as partes. É evidente que houve um conjunto de situações de que não gostei, mas que já tive oportunidade de falar sobre elas publicamente e não quero voltar a abordá-las. O Sporting continua com uma grande equipa e é grande candidato a ganhar qualquer competição em que esteja envolvido. Desejo-lhes a maior sorte do mundo, exceto contra o Óquei de Barcelos.
"O cargo de selecionador está bem entregue. Não é algo que esteja no meu horizonte, embora um dia até pode vir a acontecer"
Já ganhou títulos em dois dos maiores clubes portugueses. Não lhe falta agora ser selecionador nacional?
-O cargo de selecionador nacional está bem entregue, a equipa de Portugal tem agora uma competição importante, sinceramente não é algo que esteja no meu horizonte. Não digo que vou terminar a carreira sem vir a ser selecionador, provavelmente até pode vir a acontecer, mas a única coisa em que, atualmente, estou muito focado é no Óquei de Barcelos.
"O Rui deixou a equipa competitiva"
No final do primeiro jogo do campeonato elogiou o treinador anterior e disse que a vitória sobre o Viana também era dele. Que lhe deixou o Rui Neto de tão positivo?
-Deixou uma equipa competitiva, deixou a sua imagem de marca, naquilo que foi, por exemplo, o trajeto da época anterior, em que conquistaram a Elite Cup, logo no início da época, e mantiveram-se competitivos o ano todo. Tive o cuidado de dizer isso no primeiro jogo, porque estava aqui há oito dias e limitei-me a tentar explicar aos jogadores que nos íamos agarrar a três ou quatro princípios, de alguma forma gerir, até que chegasse o interregno do campeonato nacional, por força do Mundial.
Então a equipa está a mudar nesta paragem?
-Estamos agora, de forma muito mais aprofundada, a trabalhar o meu modelo, pese embora não estejam aqui três jogadores que foram para as seleções, dois para a Argentina (Conti e Rampulla) e outro para a Angola (Centeno).
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