Jogadora do Sporting de Braga, de 26 anos, defende o fim do campeonato e, por agora, vai atendendo muitos idosos enquanto famacêutica
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Ana Rita Barros, voleibolista do Sporting de Braga e farmacêutica que defende o fim do campeonato e o alargamento na próxima temporada, atende diariamente muitas pessoas, sobretudo idosas, que ainda desvalorizam a pandemia de covid-19. Natural de Braga, com 26 anos, Ana Rita teme que a paragem da competição por causa do novo coronavírus esteja "para durar", até porque, disse em declarações à agência Lusa, o voleibol pratica-se num espaço fechado.
"Não sabemos ainda o que vai acontecer. Não faz sentido nenhum retomar daqui a dois ou três meses, muitas atletas têm propostas de outros clubes e, nessa altura, podem estar já a jogar nessas equipas. Defendo que devia acabar como está, não prejudicando ninguém, e para o ano o campeonato ter mais equipas, ou seja, não descia nenhuma e subiam as previstas", vinca.
Desde a paragem, "o treino é cada uma por si, tenta-se fazer alguma coisa em casa, mas isso não tem muito de voleibol, é a mais componente física do que outra coisa", refere. ""Tento arranjar sempre uma parte do dia para correr ou alguns exercícios em casa, tento ter esse cuidado de manter a forma para quando tudo isto passar conseguir estar ao melhor nível possível", afiança.
Conhecida nos pavilhões por 'Tweety', alcunha que tem escrita na camisola, Ana Rita é também farmacêutica e lida todos os dias com muitas pessoas, "sobretudo idosas", que ainda não perceberam bem a dimensão da doença causada pelo novo coronavírus. "Temos que tentar fazer passar às pessoas a dimensão deste problema, sobretudo aos idosos. Muitos acham que isto é um bocado um exagero e questionam mesmo porque é usamos luvas ou máscaras", pensando que é uma estratégia para potenciar mais vendas, conta.
"Assim como no voleibol tenho uma equipa, na farmácia também. Nesta fase, somos uma verdadeira equipa, só assim se consegue superar todos os problemas que nos aparecem diariamente. Só quem passa por esta situação é que consegue senti-la e descrevê-la porque não é mesmo nada fácil", assegura a atleta. De restoAna Rita Barros lembra uma situação vivida por uma colega em que um utente, no final do atendimento, disse "para desinfetar tudo porque era um caso de covid-19 positivo". "Se era, não podia ir à farmácia", lamenta.
A jovem considera que as farmácias fazem "muitas vezes", o primeiro papel de triagem: "As pessoas dizem-nos que ligam para a Saúde 24 e ninguém atende e depois, por não terem alternativa, procuram-nos para as ajudarmos. Temos uma função muito importante, porque somos a classe profissional a que as pessoas acedem primeiro. Muitas vezes, é mais difícil chegar aos médicos"
Ana Rita lembra ainda que, no início da pandemia, em meados de março, "houve uma afluência enorme" à farmácia. "Tivemos filas infernais de manhã à noite, as vendas de paracetamol dispararam, assim como as máscaras e o desinfetante. Agora está mais calmo, mas ainda continua muita gente a sair de casa para comprar coisas na farmácia que podia perfeitamente evitar", avalia.