Portugal dá sinais de crescimento, com a ida à final da Development Cup. Modalidade tem vindo a ser fomentada na pista de gelo localizada na Serra da Estrela, havendo 130 federados e cinco clubes filiados, entre eles o HC Porto, que compete na liga espanhola
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Apaixonado por hóquei em patins, Portugal desliza por novos rumos, no hóquei no gelo, e os primeiros resultados dessa aposta notam-se pela presença da Seleção Nacional na final da 5.ª Development Cup frente à Irlanda, no sábado. Em Bratislava (Eslováquia), num torneio destinado a países sem tradição na modalidade, a equipa das Quinas só tem vitórias até ao momento, após bater Colômbia, Argentina, Grécia e Brasil, vendo nesse desempenho um sinal que “está a ter algum desenvolvimento”.
“É um trabalho longo. É uma modalidade que cria nos jovens a vontade de continuar, é rápida e com valores como acontece no râguebi. Havendo infraestruturas, o entusiasmo como no hóquei em patins aparecerá com toda a certeza e, numa década, poderíamos ter o hóquei no gelo com números muito interessantes”, defendeu a O JOGO o presidente da Federação de Desportos de Inverno de Portugal, Pedro Flávio, atribuindo à construção da Ice Arena, na Serra da Estrela, há três anos, um papel importante neste progresso.
Esta época, já foi possível fazer um campeonato nacional - versão reduzida 3x3 com guarda-redes -, havendo 130 federados e cinco clubes filiados. Entre estes, o Hockey Club do Porto tem desbravado caminho, com a disputa na liga espanhola, graças a um protocolo com a Federação de Desportos de Gelo deste país. O selecionador Jim Aldred, antigo jogador no Canadá, foi um dos impulsionadores dos portuenses. “Quando as crianças estão a evoluir, tem de haver algo que possam ambicionar. Agora eles sabem que há uma equipa a jogar na liga espanhola e têm a chance de, talvez, chegar a essa equipa”, considera o técnico, no cargo desde 2017, depois de vir para Portugal por influência da esposa Cristina Lopes, também com um papel importante no desenvolvimento da modalidade, que coordena a nível nacional.
O casal não pensa ir a lado nenhum para prosseguir o trabalho feito até agora. “Estamos a ter mais pessoas envolvidas e a entender o jogo desde que me tornei selecionador. Não tenho qualquer interesse em voltar para o Canadá, sou muito feliz em Portugal. Quero ficar e ver como este projeto cresce”, conclui Aldred.