Bebé, ala de 23 anos, assinou três golos nas últimas três jornadas e acredita no brilharete da equipa na fase de apuramento de campeão da Liga Placard
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A cumprir a primeira época no Fundão, após duas temporadas ao serviço do Futsal Azeméis, Alexandre Cunha, mais conhecido por Bebé, brilha na formação orientada por Nuno Couto e tem ajudado o clube a cimentar a terceira posição na fase regular da Liga Placard e o consequente apuramento para o play-off de campeão.
"Estamos a fazer uma grande época. Na segunda volta perdemos mais pontos do que o esperado, mas temos estado bem e temos o principal objetivo na mão: o terceiro lugar. Na próxima fase tudo pode acontecer e sei que vamos estar bem", sublinha o ala de 23 anos, afirmando que a nível individual é capaz de fazer melhor. "Tenho feito uma boa época, mas sei que tenho capacidade para fazer grandes coisas, que consigo fazer mais e melhor. Fico contente por marcar, mas fico mais se o Fundão ganhar", assume o portuense.
O "depois logo se vê" de Bebé é um mantra quotidiano. Tudo a seu tempo e tudo o mais natural possível, porém, quando o assunto são os grandes sonhos, há um bem traçado: a chamada à Seleção Nacional. "Trabalho muito para ajudar o meu clube e para me superar. Tenho o grande sonho de ser chamado pelo míster Jorge Braz e não vou descansar até agarrá-lo. Também gostava de experimentar a liga espanhola, uma das melhores do mundo, mas o meu foco está no Fundão", vinca o jovem.
A vida de um profissional não é um mar de rosas e Bebé revela a O JOGO que abdicou de muito para chegar onde está e que os sacrifícios continuam. "Neste momento, a minha maior dificuldade é estar longe de casa. Não sei quando vou ver a minha família e é um sacrifício enorme. Contudo, é o meu trabalho", diz, resignado.
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Do rinque do bairro até à Placard
A carreira de Bebé poderia ser descrita como numa fábula, começando por "Era uma vez" e terminando num "E viveu feliz para sempre". "Comecei a jogar por influência de amigos, jogávamos num rinque que havia no bairro onde vivia. Com o tempo, ingressei no Fonte da Moura, mas também jogava futebol e até fui fazer captações ao Padroense. Porém, o futsal chamou por mim", recorda o ala.
Jogar no Caxinas marcou-lhe a carreira
A formação de Bebé foi feita no Fonte da Moura, Santa Cruz, Custóias, Leça e Boavista, mas foi no Caxinas que o portuense se mostrou para o futsal ao rubricar uma grande época, na qual marcou 21 golos em 26 jogos. O ala admite que a formação de Vila do Conde lhe marcou a carreira e recorda esses tempos com saudade. "Foi no Caxinas que nasci para o futsal, onde criei grandes amizades e evoluí imenso. O ambiente era fantástico e as pessoas eram humildes. Tenho que mencionar dois grandes nomes que me ajudaram imenso, o Raul Moreira e o Nuno Silva, a quem agradeço. Sem eles, eu não estaria aqui", conta.
Há jogadores que elevam o nome do futsal português e Bebé menciona três craques que demonstram a qualidade da Liga Placard. "Não tenho ídolos nem referências, mas gosto muito de ver o Robinho, o Cardinal e o Erick Mendonça na quadra. São todos canhotos, como eu, e vieram de baixo. Por exemplo, o Cardinal veio do bairro e subiu por mérito próprio. Admiro-o muito. O Erick Mendonça também subiu a pulso e agora é um dos melhores do mundo", analisou o ala de 23 anos.
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