Rui Silva e a derrota com a Hungria: "Um ou dois erros dão-nos numa punição grande"
Rui Silva, capitão da Seleção Nacional, falou a O JOGO sobre o encontro que tirou Portugal de Paris’24. Capitão da Seleção assumiu o “desapontamento” da equipa das Quinas, até porque se estavam a “sentir bem no jogo” e a “Hungria sob pressão”. Apuramento para o Mundial é o que se segue.
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Foi uma chegada discreta da Seleção Nacional de andebol a Portugal, depois de ter estado em Tatabánya, na Hungria, a discutir o acesso aos Jogos Olímpicos de Paris. O objetivo foi falhado e o sentimento de desalento era evidente no rosto de alguns jogadores.
“Estamos desapontados, porque tínhamos a oportunidade de conseguir uma segunda presença consecutiva. Tentámos, estivemos perto, mas os pormenores fizeram a diferença. Pode ser o passe que se falha, o remate que vai ao lado, mas a Hungria também teve a a sorte de organizar o apuramento em casa e acredito que isso tenha facilitado a tarefa deles, com toda a atmosfera que criam”, observou Rui Silva, o capitão da Seleção Nacional.
“Quase conseguíamos, fizemos um bom jogo até aos 54/55 minutos, depois quebrámos e isso fez toda a diferença. A este nível, um ou dois erros dão-nos numa punição grande e a Hungria aproveitou, porque estávamos a sentir-nos bem no jogo e eles sob pressão. Esses cinco minutos fizeram a diferença, foram fatais para nós”, assumiu.
“Há que aprender e seguir em frente”, continuou o central, sendo a próxima meta o Mundial de 2025, em janeiro, que terá Croácia, Dinamarca e Noruega como países sede. Para alcançar a sétima qualificação para grandes competições em oito possíveis - os Heróis do Mar só falharam este apuramento olímpico - é preciso ultrapassar a Bósnia e Herzegovina num play-off marcado para os dias 8 ou 9 e 11 ou 12 de maio, sendo que Portugal começa em casa. “Ainda sou do tempo em que os nossos apuramentos começavam com uma fase de grupos”, recordou o atleta do FC Porto. “Temos a ambição de chegar ao Mundial e sabemos que somos favoritos. Assumimos esse favoritismo. Nos últimos anos deixámos de estar na sombra, as pessoas olhavam para nós como a surpresa e passámos a ser a certeza. Temos de passar, para dar continuidade a todo este trajeto nas grandes competições”, explicou.
Com 247 internacionalizações, Rui Silva, de 30 anos, está a seis jogos pela Seleção de chegar ao top-3 e se colar ao seu técnico no FC Porto, Carlos Resende (253). “É incrível. Quando se começa a jogar, pensa-se no dia em que se vai chegar à Seleção e, depois, à Seleção sénior. Tendo começado cedo e o facto de estarmos a jogar as grandes competições permite ir somando jogos. Só espero não ficar por aqui”, comentou.
Paulo Jorge Pereira fez uma revelação sobre os Heróis do Mar. “Houve uma abordagem da Netflix para fazer um documentário, que seria com as duas idas aos Jogos”, disse, não percebendo como “dois pré-olímpicos, que implicam ficar no top-8 de um Europeu ou Mundial no ano olímpico, num país que só tem um pavilhão com os requisitos para organizar um Campeonato da Europa”, não foram suficientes para os realizadores. “Não sei em que mundo vivemos”, concluiu.