Rui Pinto: "Com este calor e com esta humidade, até a correr lento se nota"
Único respresentante português na maratona dos Mundiais de atletismo quer o melhor possível na maratona com gestão inteligente
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Rui Pinto vai ser o único representante português na maratona dos Campeonatos do Mundo Tóquio'2025, na segunda-feira, que pretende disputar com uma gestão inteligente, para conseguir o melhor desfecho possível, vincou o próprio atleta.
"O objetivo vai passar sempre por conseguir a melhor classificação possível. Sendo uma prova de campeonato, a marca acaba por ser secundária", assumiu o maratonista do Sporting.
Em declarações à agência Lusa, Rui Pinto, de 32 anos, admitiu que, "mesmo os africanos devem ser mais contidos no início, porque as condições vão ser difíceis para todos", na prova marcada para segunda-feira, às 7h30 locais (23h30 deste domingo em Lisboa).
"Com este calor e com esta humidade, até a correr lento se nota. Tenho de ter uma gestão inteligente, talvez correr de uma forma mais conservadora, controlando-me, para tentar tirar partido disso. Acho que essa é a melhor estratégia", advertiu.
O atleta natural de Felgueiras vai cumprir a estreia em Mundiais de atletismo, depois da desistência do Mundial de meia maratona, em 2020, então devido a problemas físicos, nas costas.
"Dessa vez, não foi possível. Amanhã [na segunda-feira], quero sair da competição com o sentimento que dei o meu melhor. Tive uma boa preparação, para as condições que vou enfrentar e isso deu-me confiança para me apresentar na minha melhor versão. Quero honrar a camisola de Portugal e apresentar-me a um nível interessante", assegurou.
Rui Pinto tem como melhor marca do ano as 02:11.28 horas da Maratona de Bruxelas, em 13 de abril, cinco segundos mais do que o recorde pessoal (02:11.23), que remonta a 2023, em Roterdão.
O recorde português na distância está há 25 anos na posse de António Pinto, com 02:06.36 horas, 59 segundos mais rápido do que Samuel Barata, que ficou de fora destes Mundiais devido a lesão, numa ausência notada por Rui Pinto.
"Sempre que temos alguém mais próximo na nossa prova, ficamos mais confortáveis, acaba por ajudar, até na estratégia da corrida. Porque, por vezes, a força de um acaba por ser uma motivação para o outro. Não foi possível, por isso, tenho de ser eu a fazer a minha gestão", lamentou.
Hoje, dia da maratona feminina, Rui Pinto vai apenas a empreender "uma corrida de ativação", antes de iniciar a concentração para a mais longa prova da 20.ª edição dos campeonatos.
Luís Novo e Alberto Chaíça detêm os melhores resultados nacionais em maratonas dos Mundiais, com os quartos lugares alcançados em Sevilhe1999 e Paris2003, respetivamente.