Rui Costa escreve para O JOGO: "Gosto de ver a Volta, corrê-la será difícil"
OPINIÃO >> Rui Costa, corredor profissional da Intermarché-Circus-Wanty
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Nunca corri a Volta a Portugal, fiz apenas a dos sub-23, e até creio que só subi uma vez a Serra da Estrela em competição, durante um Grande Prémio dos Correios.
Acompanhava a Volta e o Tour pela televisão quando era pequeno, ao lado do meu pai. Foi ele que incutiu o gosto pelo ciclismo em mim e no meu irmão. Como tive a oportunidade de dar o salto para uma equipa do World Tour aos 20 anos, acabei por correr pouco em Portugal.
Fui vendo sempre a Volta pela televisão - gosto muito dos comentários do Marco Chagas e do João Pedro Mendonça, que nos dão uma visão correta do ciclismo -, mas este ano não posso acompanhar a tempo inteiro, pois a minha época ainda não acabou, está até longe disso, e tenho treinado na Madeira, onde ainda aproveito para passar algum tempo com a família. Este ano já foram muitos meses fora e sinto necessidade de compensar isso.
Sei que o João Matias ganhou, que a equipa dele tem levado todas as etapas e pouco mais.
Gosto da Volta, mas nunca a fiz e também não posso dizer que a farei um dia. Com esta idade, e continuando a ter o meu lugar no ciclismo internacional, será difícil correr de novo em Portugal.
É talvez um sinal dos tempos, pois noto que na nova geração o sonho é fazer como eu e correr só no estrangeiro. Alguns podem ter-se inspirado nos meus resultados, assim como eu me inspirei no José Azevedo e no Sérgio Paulinho, este nem sempre reconhecido pelos grandes e importantes resultados que obteve.
A propósito, queria terminar dando os parabéns ao António Morgado. Espera-o um futuro enorme, que acredito passará pelas clássicas.
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